MINHA VIDA É UM PALCO

MINHA VIDA É UM PALCO
Somos como atores neste palco que é o mundo, as cenas são os dias e noites, e o roteiro quem escreve é a VIDA!A vida depois dos 60. É começar novo, novos horizontes, um mundo diferente e muito mais LEVE! A gente está sempre começando, sempre aprendendo...E aos 60 anos, a gente nasce de novo! A minha Infância da Maturidade! COMO SERÁ NOS 70?Na minha ADOLESCÊNCIA da Maturidade...CHEGUEI! Cheguei chegando imaginando a vida toda...70 ANOS! BÓRA LÁ QUE A VIDA TÁ PASSANDO!!!E até uma PANDEMIA!Nunca pensei ...De repente, ficar presa em casa, sozinha. Se sair, o CORONA VÍRUS pega. Horrível todo mundo sem se tocar.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

BYRON

Lord Byron, o poeta do "Mal do Século", romântico, curtiu uma tuberculose para morrer aos 21 anos, para que lessem na sua lápide, na floresta esquecida,  " foi poeta, sonhou e amou na vida". Quanta sensibilidade e sabedoria. Um lord inglês de verdade. Fantástico. Imortal.
E foi esse o nome do cachorro mais conhecido por mais de uma década no Cassino. Na mudança, entre caixas e sacolas, encontrei as fotos desse cão muito inteligente e que fez história pelas peripécias, mais que o Marley do filme. Não era meu; pertencia aos Lus que foram para a Oceania e não dava pra levar um cachorro daquele tamanho. Weimaraner. Cheio dos pedigrees quando nasceu. Raça pura.Recebia conselhos para se comportar bem dos donos. Mas pulava qualquer muro e até os bombeiros ajudavam a procurá-lo, toda a FURG era mobilizada, faziam-se reuniões na Larus...Nem sei quantos 50 pila foram pagos de recompensa, essa foto era pronta para os "Procura-se", colocados nas escolas, nos bares, nos postes. 
Mas o cachorro cresceu e virou um negão. Existe Weimaraner negão? O Byron era. Fiz canil à prova de cão fujão. Não adiantava. Ele entrava pela casa e pulava a janela. Dez dias nas dunas, namorando, voltava pra casa estropiado.
Quando o Byron não andava no bobódromo ( lugar onde os bobos caminham no Cassino), me ligavam: "O que houve com o Byron? Está doente?" E ele aprontava.* Disfarçando, veio devagarinho e pulou em cima de um collie lindíssimo. - Tarado, gritava a dona do collie todo penteado(então despenteado).
Eu fingi que nem conhecia o cão.*Um dia, apareceu com uma paleta de ovelha na boca - crua - de  onde? Fiquei esperando a visita de algum açougueiro. Outro dia, trouxe um grande osso de rês, comecei a ficar apavorada: será que o Byron anda matando os bichos? Até hoje ficou o mistério.*Eu tinha o Barthy e a Bonnie( os cookers das filhas que foram pro Paraná e eu fiquei com os malas). A Bonnie era muito respeitada, pequena, marron, delicada e furiosa. Nenhum cão que ela não quisesse chegava perto dela.  O Barthy, coitado, todo dia apanhava do Byron - mas também não se entregava até o dia em que cheguei  em casa e encontrei o Barthy descadeirado, não conseguia caminhar. "Foi o tarado", falou chorando a guria. Tive vontade de matar o Byron. Mandei pra rua. Dessa vez ele não saiu da frente de casa. Chorou até eu ficar com peninha: - Olha aqui, ó negão safado, outra dessa e eu te mando pra Pelotas pra fazerem sabão... 
*Minha irmã veio me visitar e deitou-se no sofazão da varanda, pensou que era o marido dela que se jogou também, hora da sesta - mas era quem? O Byron! Que susto quando ela se virou e lá estava, o Byron, espichado, roncando...
 *Eu trabalhava na Escola Silva Gama, pois o cão entrava não sei como, e ficava escondido atrás da minha mesa - com a cumplicidade de uma colega, a Mara,  que também gostava de cachorro."Fica quieto, Byron, lá vem ela" e ele entendia. Eu entrava na minha sala e lá estava, esparramado, ninguém tinha coragem de entrar lá, e eu ficava roxa de vergonha - não é lugar de cachorro - aquele bicho imenso. Tamanho assustador. Cara de brabo. Mas o cachorro mais inteligente e carinhoso que conheci. Capaz de ficar estátua toda a noite junto com as visitas ou nas festas do Cassino. Diziam que ele era um gentleman. Hoje alguém me perguntou onde está   o Byron.
 "No fundo de casa, com a Bonnie e o Barthy.Com lindas folhagens em cima."
                                                                                 ( Os cookers Bonnie e Barthy - viveram 17 e 18 anos)

                                              E este é o Byron Sênior, aos 17 anos.Estava esperando o pastel.Ficava assim, estátua, até eu terminar de fritar tudo. O último e maior era sempre pra ele.E ele sabia.
          *Chuva e vento no Cassino. Arrumar os álbuns de fotos. Dia de recordar coisas boas.

2 comentários:

  1. farás uma bela viagem, com páginas da vida passadas a limpo... e novas páginas para escrever. tinta e papel não te faltam.
    beijo.

    ResponderExcluir
  2. Delícias de recordações, como é bom fazer parte disso tudo!!!!

    ResponderExcluir