MINHA VIDA É UM PALCO

MINHA VIDA É UM PALCO
Somos como atores neste palco que é o mundo, as cenas são os dias e noites, e o roteiro quem escreve é a VIDA!A vida depois dos 60. É começar novo, novos horizontes, um mundo diferente e muito mais LEVE! A gente está sempre começando, sempre aprendendo...E aos 60 anos, a gente nasce de novo! A minha Infância da Maturidade! COMO SERÁ NOS 70?Na minha ADOLESCÊNCIA da Maturidade...CHEGUEI! Cheguei chegando imaginando a vida toda...70 ANOS! BÓRA LÁ QUE A VIDA TÁ PASSANDO!!!E até uma PANDEMIA!Nunca pensei ...De repente, ficar presa em casa, sozinha. Se sair, o CORONA VÍRUS pega. Horrível todo mundo sem se tocar.

sábado, 31 de outubro de 2015

O MUNDO ESPIRITUAL DE MIRINHA

                             O homem é dono do que cala e escravo do que fala.

Quando eu falo, ninguém acredita. 
Mirinha é autista.
Só pensa nela, no que ela gosta, no que quer neste exato momento.
Os outros que se danem.

Pois eu chamei a minha amiguinha porque EU estava meio down, assim, pra baixo, essas coisas que a gente com mais de 60 e que não tem horário inventa.
Pois eu estava precisando de um ombro amigo, desses que só a melhor amiga tem, que a gente chora e se abraça e depois ouve:
 "É bem assim, cada um de nós compõe a sua história e cada ser tem o dom  de ser feliz..."
Só que eu estava me achando INfeliz. Sabe o que a Mirinha me disse? 
- Bella, eu ganhei um anel. Não me servia no dedo. A Abigail(minha amiga do Cassino que já morreu, antes ela do que eu) contava essa história: A moça ganhou um anel que não passava no dedo. ENTÃO ela emagreceu e o anel passou. Ou seja, tudo passa quando a gente emagrece.

Filosofia feminina pura. Até o Freud colocaria esse exemplo no Tratado dos Sonhos. Hoje, mulheres emagrecem e ficam felizes. 

- Bella, seguinte: Estás preocupada com o quê? Emagrece, querida, fofa, amaaaaaada. Vais te sentir mais leve, podes beber mais umas beers, o anel vai servir, mesmo que não seja jóia, apenas bijuteria. Tudo passa, amiga...Sabes qual é o nosso maior aliado nesta nossa vida maledeta? É o tempo. 
Divide o tempo em fatias. Come uma fatia por dia. Como os alcoólicos famosos (os anônimos, eu não conheço, são anônimos). 
POIS É: Comer uma fatia de tempo a cada dia. A de hoje vai ser grande! 
- Mirinha, se eu comer uma fatia por dia, vou engordar. E se para ser feliz eu tenho que emagrecer, vou chamar o Freud. ID, EGO e SUPEREGO. Ou sou feliz ou engordo.
Mirinha me olhou assim, como se eu fosse uma ignorante. 
Fácil essa psicologia feminina: EMAGRECE e serás feliz. 
Amanhã, domingo, é dia de churrasco. De ceva. De pastel. De maionese. De pavê e de comê. 
Ou emagreço e sou feliz, ou engordo e sou feliz. 
Freud, Freud, onde estás?

terça-feira, 27 de outubro de 2015

JOÃO PESSOA - Minha primeira viagem ao Nordeste


Há algum tempo não registro minhas viagens no meu blog, mas hoje, domingo de chuva e frio em Curitiba,vou aprimorar meu álbum de fotos, isso mesmo, nunca mais revelei fotos em papel, mando tudo para as nuvens.Mas todo mundo fica perguntando, então, vai alguma coisa. Pacote turístico da Paraíso Tur, a turma do bolão do Paraná, fui no lugar de uma guria que se operou. A Eugênia foi a minha companheira de quarto, mais uma amiga na minha vida,polaca, uma pessoa muito legal.

Saímos de Curitiba dia 19/10/2015, voo TAM, 7h, com conexão em Brasília.


Chegamos em João Pessoa meio-dia,no hotel antes das duas da tarde. Adiantamos uma hora no horário de lá.
Turma jóia rara.




 Aguardando o checkin, no boteco da frente do resort, praça de alimentação da feirinha de artesanato. Comida ruim, mas cerveja gelada...quem resiste?
        Todo mundo lá conhece como TAMBAÚ. A entrada é tri simpática:




 Nosso hotel, dizem que é o melhor da capital da Paraíba: TROPICAL RESORT TAMBAÚ.
 Quarto bom, jantar excelente, embora uma lata de cerveja seja 7 reais, bora tomar suco e água, incluídos. Café da manhã muito bom, tapioca na hora. Piscinas lindas, grandes, quentinhas, bebidinhas...







 e PRAIA: tudo que eu quero - sombra e ceva gelada... Água quentinha sem ondas, e a paisagem de encher os olhos! Cadeirinhas, guarda sol, tudoque o João levava pra nós. Eu peguei um coqueiro só pra mim...Podia ir pra água e deixar tudo ali,segurança dez.                                                          

O Messias com o coco geladinho. E Brahma gelada.
E o Geraldo tocava cavaquinho e contava mentiras e piadas de sogra, de morrer rindo! 
.
Será o boto cor de rosa?Pois sou eu, a cidade ao fundo, toda me achando.








Ainda na praia do hotel...Ao fundo, a praia pública. Cheia.

Aproveitei minhas manhãs...Amanhece às 5 da manhã, pelas 8 o sol já está caliente, tem que aproveitar, pois à tarde o vento fica frio...


Tinha vendedores de cangas, vestidinhos, macaquinhos, preço bem bom!No último dia a turma da nossa panelinha foi cedinho pra
praia.
A Zelia fazendo pose..
Segundo dia: LITORAL NORTE. LOVINA, parecia um cartão postal,cerca de meia hora do hotel.Mordomia em LIVINA, com direito a lounge e serviço VIP.


Tchau, Lovina...

                                                  Depois, fomos a um OUT LET, prefiro não comentar...Bem OUT.

A nossa guia local, norrrrrdestina...Ó XENTI, sotaque tudo de bom, Irlha o nome dela, bem querida...
Forte Santa Catarina, Sec XVI, primeiras invasões holandesas, o Zé de lá nos contou TUDINHO, 
a primeira invasão dos holandeses, eles saíram derrotados por 40 portugueses mucho valentes...Mas na segunda invasão, vieram 3.000 - aí, não teve como...




Na volta, nos topamos com o Km ZERO da Transamazônica, que até hoje não achou o final...


Fomos ver o pôr do sol no Paraíba
Na praia fluvial do Jacaré. O divertido e diferente passeio, ingresso de 25,00 vale a pena. Recebidos no Catamarã(o barco) pela Maria Bonita e o Lampião aparece pra dançar com a turma.




 Lampião passando a mão...









Esperando o Sol se por... O que vem nas águas é outro...este nos animou no forró, achei que o barco afundaria... 

É nóis...Detalhe da bota que não é bota...








Catamarã igual ao nosso.




...e começa a despedida do SOL! Entra um barco nas águas mansas do Paraíba, e o saxofone do Bira(?) tocando o Bolero, de Ravel... é lindo!

Tchau, Sol. Até Amanhã.


O Sol se foi e nós ficamos, barzinho HOUSE TREE, bar na árvore e tudo de árvore, DEMAIS de original:


VOLTA para o Hotel, depois da Ave Maria na beira do Paraíba...e muitas castanhas, com rapadura, com pimenta, castanha só...

TERCEIRO DIA
Depois de um Baita café, vamos para o LITORAL SUL. Meia hora do hotel, de bus.

Praia de arrepiar os cabelos de tão linda! Ônibus não entra até a praia, sorte minha que tinha bugui...


 Luci, nossa guia de Curitiba. Profissional, organizada, gente boa.


Chamou-me a atenção a ausência de barzinhos na praia, retirados para a preservação ambiental.

Acesso à praia, por dentro da mata nativa.

                                    PRAINHA DO CÓQUEIRINHO, veja bem! CÓqueirinho...Ô XENTI!
Não é de encher os olhos?

Nem precisou guarda sol, a natureza se encarregou...
 Parecia praia do Pacífico, mas sem ondas. Aí entendi o que é marolinha nordestina.
                                 Acho que fiquei horas na água...Bom demais...


 Alugamos cadeiras, compramos abacaxi muito doce com  raspas de limão, bebida gelada, os meninos iam até o bar bem longe da praia para trazer aos turistas.




                                 E os cangaceiros chegaram.

FLAUTA, TRIÂNGULO E BUMBO.
Como quase todos os Paraíbas que trabalham por lá, senti neles uma melancolia de vida sofrida, a pele estorricada,a falta de dentes, os pés rachados.Roupas e chapéus cor de barro transformam as figuras em imagens surrealistas. A música é emocionante e triste. Dá uma dor e uma culpa de estar ali, desfrutando suas riquezas que eles não podem usufruir simplesmente.Comprei um CD que eles gravaram com suas músicas espontâneas, bem tradicionais da Paraíba, talvez para aplacar a consciência...
Melhor passar adiante, apagar essas considerações e seguir para outras praias.
Mas como é linda a Prainha de Cóqueirinhos.

TAMBABA, a primeira praia de Nudismo do nordeste, que hoje se diz Naturismo. Tem a com roupa e a sem roupa. Fui na pelada, óbvio. Eu e mais duas colegas.Homem pelado só entra acompanhado de mulher. Mulher pode entrar sozinha.  Tem uma pousada onde só os garçons usam roupas, ao servir às hospedes, as coisas ficavam penduradas na altura dos olhos delas...Hilário, isso.
A praia é recortada com falésias, tem um coqueiro em cima de uma pedra, ainda acho a foto...Descemos de bugui, claro, embora calçada de pedras, a estradinha é cheia de curvas e desce, desce... Minha colega entrou no mar, peladona, gritava LIBERDADE, LIBERDADE! É bem assim que a gente se sente sem as fantasias que os homens inventaram para tapar nosso corpo lindo de morrer!
Lá fomos nós, de bugui:

Voltando ao hotel. Noite tranquila, comida boa, sala das redes...mensagens no Whats, amanhã volta pra casa...
Redes bem interessantes...

Última noite - A PANELINHA do Paraná Clube.








Na manhã do dia 23, fomos cedinho para a praia do Hotel, relax e papo bom,



Superpoderosa
 Meio dia aeroporto.Toda nossa turma numa fila só, mais de hora para o checkin, vergonha a TAM fazer isso, mas a turma se comportou maravilhosamente bem, bom humor, nada nos faria estragar a viagem. Até a Carmem sentou...na mala!TCHAU, JOÃO PESSOA!
Três horas em Guarulhos. Conheci um nordestino de Natal, que me explicou muita coisa do nordeste, inclusive, que João Pessoa é considerada capital de turismo barato, pelo tipo de gente com pouca educação( isso nós sentimos) e mão de obra barata. Disse ele que Natal é outro nível, infraestrutura para turismo, não se vê tanta miséria(?)-vou acreditar,pois turista só é levado onde tudo é lindo; ele mora em Brasília, trabalha para os Maristas - PUC na área tecnológica, está voltando para a terra onde a esposa fará mestrado. Pude me atualizar um pouco...Será?


Antes do checkout, na praia do Tropical Tambaú Resort...
Eu só não tinha encontrado o herói de meu imaginário do João Cabral, perguntava o nome de tudo que era nordestino,achei Messias, Jesus, Antonio, Geraldo, Aroldo...até que eis que encontrei: o SEVERINO, em carne e osso, até recordei, mais ou menos assim:

"O meu nome é Severino, não tenho outro de pia
Como então dizer quem falo pra a Vossas Senhorias?
Severino da Maria do Zacarias,
lá da Serra da Costela, limites da Paraíba

Somos muitos Severinos, iguais a tudo na vida
morremos de morte igual: mesma morte severina
que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia..."

ESTE foi o MEU Severino:
Como é teu nome? E ele me disse: - Severino, só.

( Eu ainda estava em choque,um dia antes saí do hotel,mesmo com a recomendação da guia:"Não saiam sozinhas, não se afastem do hotel"e eu fui, nem celular nem Cannon nem Ipod, podiam roubar- achei a Peixaria do Duda, casa antiga, Garopa com pirão, coisa de deuses, nunca comi um peixe tão peixe, e o pirão, parecia o da minha mãe, que ela fazia com o molho da cabeça do dourado, predileto do meu pai. Se sobrou no prato foi por tantas pessoas batendo com pratos vazios na frente do restaurante, pedindo comida.Há duas quadras do Tropical Tambaú, onde nós estávamos ilhados. Protegidos da cidade.  E eu lá, comendo do bom e caro. E os Severinos de prato vazio. Acho que vou embora do Brasil.Volto só como turista.Turista não vai na Peixaria do Duda. Turista não dói.) 

Outubro, de 19 a 23 de 2015.
Turma do Bolão do Paraná Clube.
Eu, convidada.
Obrigada!