MINHA VIDA É UM PALCO

MINHA VIDA É UM PALCO
Somos como atores neste palco que é o mundo, as cenas são os dias e noites, e o roteiro quem escreve é a VIDA!A vida depois dos 60. É começar novo, novos horizontes, um mundo diferente e muito mais LEVE! A gente está sempre começando, sempre aprendendo...E aos 60 anos, a gente nasce de novo! A minha Infância da Maturidade! COMO SERÁ NOS 70?Na minha ADOLESCÊNCIA da Maturidade...CHEGUEI! Cheguei chegando imaginando a vida toda...70 ANOS! BÓRA LÁ QUE A VIDA TÁ PASSANDO!!!E até uma PANDEMIA!Nunca pensei ...De repente, ficar presa em casa, sozinha. Se sair, o CORONA VÍRUS pega. Horrível todo mundo sem se tocar.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

ÚLTIMA NOITE NO CASSINO

Depois de um longo e tenebroso inverno ... não, não é inverno.
Então:
Depois de um outonal com mar furioso, contatos mil com amigas( os) muito queridas(os), mais amigas que amigos, contas todas pagas, carro revisado e tanque cheio,ainda falta meu violão, estou quase pronta: carro atulhado, ainda faltam as roupas de hoje de toda casa, comendo galinha com pão e bebendo POLAR de isopor, o novo inquilino com as chaves, unhas lindas, cabelo mechado e sobrancelhas arrancadas, uma passada por Iemanjá e pelo meu amado MAR, estou pronta. Até no Galeto fui, comi mais de meio-quilo de comida com suco de laranja da hora, galeto bem gordo com um monte de salada e sagu de vinho com o creme branquinho...
Amanhã, depois de meio-dia...

Já é quase meia-noite...Amanhã, os exames pro meu médico pediatra, fiquei em recuperação...mas ainda faltam umas pinturas nas persianas de madeira e uns ajustes no jardim.

Parece mentira: estou deixando o CASSINO.

Não quero lhes falar, meus grandes amores, das coisas que aprendi nos discos...quero lhes dizer de tudo que aconteceu comigo - AQUI- foi muito bom. Grande coisas aconteceram : filhos amadureceram e realizações de 3º grau mandaram as razões de eu vir pra cá - meus filhos -  para este maravilhoso mundo de DEUS.E eles SE DERAM !!!!! Coisa BOA!!!!

 Uma escola marcou minha passagem com marcas de fogo como no gado: SG - Escola Estadual de Ensino Médio Silva Gama, Paulo da Silva Gama: um cara que eu nem conheci e que levo marcado pra sempre na paleta.Pessoas, colegas, alunos, pais, comerciantes, gente que nem eu sabia que um dia conheceria. CASSINO. Rio Grande.
RIO GRANDE.  Onde Todos Nós nascemos, os gaúchos.As pessoas.
E que hoje,ao chegar ao Guanabara, me abraçou: uma moça-senhora-mãe-de-aluno-e-aluna-de-EJA. Tão bom o carinho de quem nunca se pensa encontrar. Palavras de gratidão de ambas as partes, pois ela me ensinou como nunca se deve desistir,e eu aprendendo que sempre o sol brilha pra quem busca: ainda buscando, ainda querendo, o mundo está aí, tem-que-se-aproveitar.

Ainda vou cantar:
 " Eu tinha uma casinha, lá no Cassino
   Fica na beira da praia
   Só vendo que beleza
   Eu tive as minhas amigas
   Minha mãe e a família
   Também lá,com muita festa
   Formei meus filhos
   E meus alunos
   Enterrei meus cachorros
   Passeei no bobódromo
  Também com meus netos
  Quantas bebedeiras
  Muita festa, riso e fantasia
  Um pedaço do coração
  E a esperança
  De que as pessoas
  Não passem.
  Que me recebam de volta!!!

  E que me cheguem, assim,
  Quando eu menos espere,
  Na minha nova casa
  Sempre à espera
  De quem deixou um raio de luz,
  Um carinho, sem horizontes,
  Amor sem pretensão
  Uma Larus, sem paradeiro
  E uma espuma de mar.
  MAR! Eu ainda te beberei todo!


 HOJE NÃO TEM RETRATO. SÓ O SENTIMENTO, INEFÁVEL, IMENSO E ETERNO, DE QUEM DEIXA UM PEDAÇO GRANDE  GRANDE GRANDE DO CORAÇÃO, CHEIO DE GENTE, QUE VAI E VOLTA COMIGO - SE UM MUITO OBRIGADA FOSSE SUFICIENTE, EU DIRIA:

MUITO OBRIGADA, POVO DESTA TERRA
QUE AMO COM DEVOÇÃO,
ME RECEBEU COM  CARINHO,
MINHA ETERNA GRATIDÃO
RIMA POBRE EM ÃO,
RIMA RICA DE CORAÇÃO"

sábado, 28 de maio de 2011

UM TCHAUZINHO ESTILOSO

Ontem, dia 27 de maio de 2011, na Livraria Vanguarda, os autores que fizeram lançamento dos livros ali, foram homenageados numa programação do MAIO CULTURAL. O evento contou com a participação da Academia Riograndina de Letras, dos promotores do Maio Cultural e do pessoal da livraria: a Maria de Jesus, promotora de eventos, também,vinda de Pelotas, a proprietária da Vanguarda e funcionários da Livraria. Diga-se que essa livraria honra a cidade de Rio Grande, é uma livraria de 1º mundo, distribuição de livros, de estantes e estandes, uma cafeteria que parece as de Paris, a mesa do salão de autógrafos é de 1850, vejam na foto! E entre os livros,POLIMERASE -uma experiência - da BELLABERG.
E a Bella toda Bela, com os sobrinhos vindo de Pelotas( mas que são de Uruguaiana-ela- e de Santa Cruz do Sul - ele) e uma amiga de Alegrete - mas que já é cassinense - no meio de todo um povo, até o Coral da Furg se apresentou. Foi tudo muito emocionante. BELLABEREG falou, e agradeceu à Cidade de Rio Grande e ao Cassino pela acolhida. Quase chorou. Ficou emocionada ao lembrar das águas do mar, da Iemanjá, do Silva Gama, das pessoas - colegas, alunos, amigos - das amigas, grandes amigas que ficam.
                                                            Tchauzinho estiloso. 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

AMIGA OU CORRIDA?

A Mirinha me ligou. Estava indignada. Imaginem que uma das melhores amigas dela não quis almoçar com ela. Na casa vazia - a mudança já foi - só com quarto e banheiro, a Mirinha optou em fazer uns lanches ou visitar amigos quase na hora do almoço.
_ Bom, pessoal, estou indo, tenho que arrumar minhas malas...
...ou...
- Então, preciso passar no banco.
...ou...
- Preciso ir. Tenho que autenticar uns papéis no cartório.
Isso sempre dá resultado. " Não vai não, Mirinha. Vais almoçar conosco, depois fazes teus serviços, afinal..."
Viram? O golpe sempre funciona. E ela ainda se faz de importante:
- Mas... Nem pensava em almoçar... tomei café tarde...
" Fica, Mirinha, almoça, depois vais para teus compromissos."
 E a Mirinha fica.
Quantas vezes isso acontece em nossas vidas? Às vezes, é de verdade, a gente nem tem a intenção de almoçar na casa dos outros...Às vezes, é um golpe, como o da Mirinha. Só que hoje não colou.
- Bom, amiga, to indo- disse Mirinha.
"Tchau, Mirinha. Depois nos falamos. Agora tenho corrida."  
Indianápolis. Ou Fórmula 1. Ou de fuca. Ou do raio que os parta!!!Bem na hora do almoço.Mirinha me contou.
- Imagina, deixar de almoçar comigo, estou indo embora do Cassino. E ela vai ver corrida...
Calma, Mirinha. Se a prioridade dela é corrida, tens que entender. Ficaste sem almoçar, coitada...Por que não vieste aqui pra casa? Sempre dá pra pôr mais água no feijão...
- Não gosto de incomodar... Comi qualquer coisa no Galeto Caxias.

Fiquei imaginando "qualquer coisa" da Mirinha. Deve ter sido um espeto corrido com picanha, coração, salsichão, costela, e regado a cerveja. Mas conclui a encenação: Essa tua amiga, hein, Mirinha? Te trocar por uma corrida, ainda mais, na TV...Será que não era de jegue?
Well, nem gosto de tocar fogo, mas já tinha falado, até fiquei com pena...
E se o jegue da amiga dela fosse campeão?
Há pouco mandei um e-mail:

               Mirinha, minha amiga: olha só como acabou a corrida; tua amiga tinha razão em preferir uma corrida a almoçar contigo - olha o predileto dela:


quarta-feira, 25 de maio de 2011

SEM TV A GENTE TAMBÉM VIVE?

Muito interessante isso de mandar a mudança e ficar numa casa quase vazia. Foi o que aconteceu com a Mirinha. Perguntei por que ela não mandou a mudança no dia em que ela também vai pra outra cidade.
" É que eu não quero estar no apê quando minhas bagunças chegarem lá, assim, meus parentes vão ter que  receber e deixar cada caixa no lugar.
Mas, Mirinha - perguntei - e se não for como gostarias? Já pensaste se misturarem livros e discos, alhos e bugalhos?
" Não são loucos em abrir minhas caixas; está tudo numerado, identificado, com um aviso diabólico:"NÃO ABRA! PERIGO!" em vermelho cintilante. Sala, quarto, escritório, cozinha, cada caixa em seu novo LAR!... Eles me conhecem e sabem como sou maniática com minhas coisas..."
Essa é a Mirinha, pensei. É louca, mas não é burra. Trabalho pros outros - como é ruim fazer mudança...
 E agora está ali, na casinha, no Cassino, casa vazia... Deixou o quarto, todinho, para os inquilinos, banheiro e cozinha - tudo arrumadinho. Os ferros de mexer no fogo ao lado da lareira. As cadeiras  e a mesa de plástico do pátio. O rádio do carro a mil, retumba na garagem, Pretinho Básico - da Atlândida - ela gosta de bobagens, diz que é inteligente. Sem TV. Só o computador sempre na caixa de entrada, esperando as mensagens e e-mails de filhos e amigos.
Nunca pensei que alguém poderia viver sem TV. A Mirinha pode. Ouvindo o rádio da carro na garagem. Um baita frio, com vento e chuva no Cassino.
Vocês viveriam sem TV? 10 dias, como a Mirinha. Numa casa quase vazia. Uma boa reflexão. Eu não sei; se isso acontecesse comigo, eu iria pra casa de alguma amiga, "vim visitar tua TV", e ela entenderia. A TV é a acompanhante necessária. Principalmente pra quem fica quase todo dia em casa. Quem fica, me entende bem. Tem gente que até briga pelo controle. Os homens, então, se consideram donos do controle da TV, experimentem esconder essa coisinha para ver o que acontece... Já vi casal quase se separar por causa do "controle remoto", sem querer a mulher pisou no indispensável artefato e ele - o homem - teve um chilique... Como fazem todos os homens, bateu a porta e saiu, foi ver TV no bar ...Foi bem assim.

 Às vezes, nem estamos assistindo à , mas ela está ali, ligadona, um ser. Semblante e falante. Faz mais falta que pessoas.
 Ficar sem TV.
A Mirinha é muito estranha.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A MUDANÇA


Em "Vidas Secas", Graciliano Ramos escreve um capítulo sobre " a mudança". Fabiano, Sinhá Vitória, o filho mais velho e o filho mais moço ( nunca descobri o nome deles), Baleia - a cadela, com nome - um papagaio, um naco de carne de sol,  e os pertences: algumas trouxas, com certeza, carregadas por Sinhá,  um cantil com água.. Só o que sobrou depois de trabalhar de sol a sol num trabalho ingrato. E de ser roubado por um soldado amarelo. O sol escaldante do nordeste, a caatinga como cenário. Tiveram que comer o papagaio, tão grande a fome.
                      Essa mudança é uma mudança de gente.
O que leva as pessoas a se mudarem? Fabiano e família. Fugindo da seca, da exploração, da miséria, sem saber o que encontrariam num destino ignorado, e a seca secando tudo, idéias, corpos, sentimentos.
                                             Mas tem situações bem diferentes.
Lembram da Mirinha? Me surpreendi com o que ela fez.
Situação: - A pessoa está bem instalada, levanta à hora que quer, academia, caminhadas, comendo bastante - até demais - bebendo o que gosta, fazendo o que tem vontade, amigosamigosamigosamigos de verdade, uma casa de sonho, uma santa para até lavar a fé, e um mar, mas um mar tão imenso, mas tão tão tão,  que engole toda a tristeza, e a água com gosto de sal e visão de eternidade recarrega as energias num olhar apenas. E a pessoa faz A MUDANÇA. Assim como Fabiano.
                                               Mudança é mudança.
A Mirinha viu um caminhão imenso sair da frente da casa dela, levando suas coisas. Os álbuns e as fotos, livros, CDs, DVDs, a cadeira giratória, os tapetes, a xilogravura de cima da lareira, os copos de cerveja, o home theater, até as cadeiras de praia e o rolo de massa. E a sala de rattan... aquela, que comprou bem perto das ondas do mar. Mirinha viu sair uma história que ela escreveu com a vida. No Cassino. A maior praia do mundo.
Eu não disse que a Mirinha andava estranha? Pois é. Tá indo embora. Fazendo uma mudança de coisas.
Bem que ela queria levar as pessoas, cachorro, papagaio, como o Fabiano. Mas está indo.
                                       De repente, não mais que de repente.

As gaivotas também se mudam. Mas elas sempre voltam.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Meu Presente de Dia das Mães

Há alguns dias eu falei da Grushenka. Pois, agora, vou contar do Aristides.
Comunicação Social na UFSM - Universidade Federal de Santa Maria - Bellabereg fazendo Jornalismo, toda se achando, o marido tinha um restaurante lá que se chamava Dom Quixote e ficava na Alberto Pasqualini, uma travessa com o Caixeiral numa esquina, o Taperinha na outra, a Uni na outra - quem é de lá, sabe muito bem onde é. Bella já tinha dois filhos, o Momoso e a Grushenka. Faltava pouco pra terminar a faculdade, eis que o bichinho mais safado do mundo correu com sua colinha bem rapidinho e acertou no alvo: era só o que não podia acontecer. Último ano de faculdade, estudar, trabalhar, dois filhos pequenos e um marido gostosão, tempo pra um bebê, onde?  Na faculdade, o pessoal apelidou o "Inesperado" de "Aristides". Um personagem de alguém que não me lembro,´e que aparecia sempre sem avisar...só sei que se transformou no  mascote da turma - a 2ª turma de Comunicação Social de SMaria, numa época de ditadura militar, imaginem, quase chegando os "caras pintadas", o DOPS batia toda hora na Comunicação - o "antro" - e lá íamos todos, com os milicos, de camburão, sujar as mãos com graxa preta das digitais... inclusive o Aristides. E todo mundo cuidava muito bem daquele serzinho que crescia com toda farra ao redor, todo dia tinha presentes, mãos e mãos fazendo carinho, energias marxistas a mil. Foi assim que cresceu dentro de um barrigão, cheio de terroristas.comunistas.anarquistas.artistas.jornalistas.com. Mas o pai do agora esperadíssimo Aristides resolveu voltar para Uruguaiana, pois em Santa Maria " não tinha esquina para ficar fofocando com os amigos e olhando bundas passarem" ( palavras de Sadi). Bella pegou os filhos, deixou a uni, o curso e os ISTAS, e se foi de mala e cuia de volta pra fonteira. No Dia das Mães do ano seguinte, nasceu- não o Aristides- mas uma guria a coisa mais querida, uns olhos de bolita, já se rindo à toa, 11 de maio. Meu presente. Até hoje, não atirou nenhuma bomba em ninguém, mas faz muito barulho! Anarquista, Graças a Deus! Das exatas. Mulher, linda. E é braba. Como o pai. Como o Momoso.Como a Gruschenka.E é muito carinhosa. Meu presente de Dia das Mães. Um baita presente 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

CURITIBA

Oi pessoal - Este é o CORITIBA,ganhou de 6x0 do GRANDÃO Palmeiras - Cheguei com festa, pois eu acho o COXA um baita time!!!( da família, só eu!)

Cheguei a Curitiba! Férias! Dia das Mães, níver da minha caçula... Segunda volto a escrever! Tchau!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

BYRON

Lord Byron, o poeta do "Mal do Século", romântico, curtiu uma tuberculose para morrer aos 21 anos, para que lessem na sua lápide, na floresta esquecida,  " foi poeta, sonhou e amou na vida". Quanta sensibilidade e sabedoria. Um lord inglês de verdade. Fantástico. Imortal.
E foi esse o nome do cachorro mais conhecido por mais de uma década no Cassino. Na mudança, entre caixas e sacolas, encontrei as fotos desse cão muito inteligente e que fez história pelas peripécias, mais que o Marley do filme. Não era meu; pertencia aos Lus que foram para a Oceania e não dava pra levar um cachorro daquele tamanho. Weimaraner. Cheio dos pedigrees quando nasceu. Raça pura.Recebia conselhos para se comportar bem dos donos. Mas pulava qualquer muro e até os bombeiros ajudavam a procurá-lo, toda a FURG era mobilizada, faziam-se reuniões na Larus...Nem sei quantos 50 pila foram pagos de recompensa, essa foto era pronta para os "Procura-se", colocados nas escolas, nos bares, nos postes. 
Mas o cachorro cresceu e virou um negão. Existe Weimaraner negão? O Byron era. Fiz canil à prova de cão fujão. Não adiantava. Ele entrava pela casa e pulava a janela. Dez dias nas dunas, namorando, voltava pra casa estropiado.
Quando o Byron não andava no bobódromo ( lugar onde os bobos caminham no Cassino), me ligavam: "O que houve com o Byron? Está doente?" E ele aprontava.* Disfarçando, veio devagarinho e pulou em cima de um collie lindíssimo. - Tarado, gritava a dona do collie todo penteado(então despenteado).
Eu fingi que nem conhecia o cão.*Um dia, apareceu com uma paleta de ovelha na boca - crua - de  onde? Fiquei esperando a visita de algum açougueiro. Outro dia, trouxe um grande osso de rês, comecei a ficar apavorada: será que o Byron anda matando os bichos? Até hoje ficou o mistério.*Eu tinha o Barthy e a Bonnie( os cookers das filhas que foram pro Paraná e eu fiquei com os malas). A Bonnie era muito respeitada, pequena, marron, delicada e furiosa. Nenhum cão que ela não quisesse chegava perto dela.  O Barthy, coitado, todo dia apanhava do Byron - mas também não se entregava até o dia em que cheguei  em casa e encontrei o Barthy descadeirado, não conseguia caminhar. "Foi o tarado", falou chorando a guria. Tive vontade de matar o Byron. Mandei pra rua. Dessa vez ele não saiu da frente de casa. Chorou até eu ficar com peninha: - Olha aqui, ó negão safado, outra dessa e eu te mando pra Pelotas pra fazerem sabão... 
*Minha irmã veio me visitar e deitou-se no sofazão da varanda, pensou que era o marido dela que se jogou também, hora da sesta - mas era quem? O Byron! Que susto quando ela se virou e lá estava, o Byron, espichado, roncando...
 *Eu trabalhava na Escola Silva Gama, pois o cão entrava não sei como, e ficava escondido atrás da minha mesa - com a cumplicidade de uma colega, a Mara,  que também gostava de cachorro."Fica quieto, Byron, lá vem ela" e ele entendia. Eu entrava na minha sala e lá estava, esparramado, ninguém tinha coragem de entrar lá, e eu ficava roxa de vergonha - não é lugar de cachorro - aquele bicho imenso. Tamanho assustador. Cara de brabo. Mas o cachorro mais inteligente e carinhoso que conheci. Capaz de ficar estátua toda a noite junto com as visitas ou nas festas do Cassino. Diziam que ele era um gentleman. Hoje alguém me perguntou onde está   o Byron.
 "No fundo de casa, com a Bonnie e o Barthy.Com lindas folhagens em cima."
                                                                                 ( Os cookers Bonnie e Barthy - viveram 17 e 18 anos)

                                              E este é o Byron Sênior, aos 17 anos.Estava esperando o pastel.Ficava assim, estátua, até eu terminar de fritar tudo. O último e maior era sempre pra ele.E ele sabia.
          *Chuva e vento no Cassino. Arrumar os álbuns de fotos. Dia de recordar coisas boas.