MINHA VIDA É UM PALCO

MINHA VIDA É UM PALCO
Somos como atores neste palco que é o mundo, as cenas são os dias e noites, e o roteiro quem escreve é a VIDA!A vida depois dos 60. É começar novo, novos horizontes, um mundo diferente e muito mais LEVE! A gente está sempre começando, sempre aprendendo...E aos 60 anos, a gente nasce de novo! A minha Infância da Maturidade! COMO SERÁ NOS 70?Na minha ADOLESCÊNCIA da Maturidade...CHEGUEI! Cheguei chegando imaginando a vida toda...70 ANOS! BÓRA LÁ QUE A VIDA TÁ PASSANDO!!!E até uma PANDEMIA!Nunca pensei ...De repente, ficar presa em casa, sozinha. Se sair, o CORONA VÍRUS pega. Horrível todo mundo sem se tocar.

sábado, 25 de julho de 2020

A REVOLUÇÃO DOS NETOS - Vovó na Pandemia

Netos da VÓ GLADIS

Tania Carvalho, no Sábado na Gaúcha, falou agora sobre A Revolução dos Bichos, de George Orwell. Nada a ver com o título A REVOLUÇÃO DOS NETOS. Ou com o Empoderamento dos Idosos. Ou tem muito a ver. Pois amanhã é o dia que os avós inventaram para ganhar presentes. E abracinhos e beijinhos dos netos. 
Porém...parece que com a pandemia, a gente vai ganhar é beijinhos pela tela.Uma serenata na frente de casa. Cartazes lá embaixo, no prédio. E a gente na janela com lágrimas de agradecimentos pela homenagem. Ou Whatts, Zoom, etc...balão, bolo, cartazes, e isso faz tão bem, só temos que agradecer, é o que temos pra hoje, Graças a Deus, esses momentos vão encantar nossa memória. 
Nós, os AVÓS.Eles, os NETOS: Uma experiência surreal, como nascer de novo com cada milagre no mundo, cada bebezinho, cada criança, um adolescente, os adultos sempre netinhos, a Esperança renovada. Mais tranquilas e felizes estão as famílias, que desde o início da pandemia moram na mesma casa. Se cuidar dos netinhos era uma obrigação, hoje é uma vantagem. Minha realidade é outra. Moro sozinha. Assim como a realidade de muitas amigas desta fase de avó idosa, aposentada.
Este confinamento,este distanciamento, os almoços de domingo que agora não tem, nos deram um mundo diferente. Egoisticamente, a gente reclama. 

A reflexão de hoje vai no rumo inverso, imaginar como estão os netinhos nesta quarentena. Principalmente os pequeninos. 
Preciso contextualizar.Gaúcha, gosto de contar histórias:

Miami:aprendendo com LUISA 
Minha primeira neta nasceu em New Haven, Connecticut, e mora no outro lado do mundo, Austrália: Luisa, THE FIRST. Ser a primeira neta é aguentar overdose de avó.   Ainda bem que já existia o Skype,  aqui meio dia, lá meia noite, fim de semana eu olhava os filminhos do Sapo não lava o pé,  cada semana uma novidade, uma vez por ano a gente se encontrava presencialmente e era uma festa. Neste mês, Luisa fez 18 anos. Estamos falando sobre filmes e livros.
Luisa, Felipe e vovó em Byron Bay

 Meu segundo neto também muito longe, Felipe,o australiano, longe e muito perto por todo o amor de vó e neto. Muito esporte, futebol, gremista como o pai e o avô, vovó aplaude tudo!

Vinicius e vovó em show de rock
Meio mês depois veio o terceiro, Vinicius, o curitibano, não tão longe, Curitiba, mas pra quem é de Uruguaiana como eu, tudo é longe. No meu exílio em Curitiba esse neto me fez companhia nos momentos mais difíceis de adaptação.
Felipe e Vinicius meus adolescentes de hoje.


Minha mala no Cassino: Vinicius e Felipe
 E eu viajava pelo Planeta: avião, ônibus, carro, como dava nas férias anuais pra lá ou em feriadão aqui, só pra ver os netos.E a alegria quando todos iam visitar a vovó Gladis no meu paraíso de Mar, no Cassino, vovó trabalhando todo dia mas sempre com muita comida, bebida, doces, energia de Bellagamba,  aquela bagunça em deixar os netos fazerem tudo e os pais culpando a vó por mal ensinar os netos e dar picolé toda hora, e eu nem tchum pra eles, afinal, ser vó é não ter vergonha de ser feliz.


Malu e Martin, BIGOS da vó.
  Então, chegaram os BIGOS.(BIGOS:de minha autoria, proibida a cópia).
 Foi um Renascimento pra toda minha Pequena Amada Grande Família. Malu e Martin, Curitibanos. A convivência desde antes até o nascimento, o compromisso de me manter a postos, cuidado pra amar muito sem atrapalhar, estamos aqui, mais de três anos com essas crianças iluminadas.  Morando a uma quadra da casa deles, numa capital como Curitiba, eu mais de 70 anos, com muito tempo disponível, e também com muitas articulações endurecidas. Mas sempre disposta a enfrentar até uma pandemia pra dividir esta fatia do tempo com todos, conectada com os de longe e com os de perto, assumindo ser avó de longe. E de perto. 
BIGOS e VÓ

Ironia, parece: tão perto, e tão longe. Vovó não pode fazer isso. Vovó tem que ficar em casa. Stay safe, stay inspired.
Hoje, 25 de julho de 2020. mais de cem dias em estado de guerra contra o Covid19, estou utilizando todas as armas para enfrentar esse vírus, enquanto não chega a vacina. Consulto todas as fontes seguras que explicam como se comportar frente ao avanço dessa pandemia e como evitar contágio e propagação. 
Tá, depois de toda essa história, por que REVOLUÇÃO DOS NETOS?
Porque acho que,  se eu fosse netinha hoje, eu faria como fizeram os BIGOS, na minha visita das quinta-feiras, quando vim pra casa: 
- Tchau Martin, tchau Malu, vovó vai pra casa dela. (Não sei por que a gente fala em terceira pessoa, preciso mudar isso)
Martin me puxou pela mão e falou:
- Não vai pra casa. Vai ficar com Martin. 
- Eu preciso fazer comida, arrumar minha casa-falei.
-Vó - Malu foi até a porta, abriu os braços - não vai, vó.A Vó não pode. Você fica pra brincar.
Martin também correu pra aumentar a barreira. 
Foi a REVOLUÇÃO DOS NETOS. 
Está mais fácil chegar lá, na casa deles, tantos cuidados aqui fora. Difícil é voltar.Não sei como consegui abrir a porta. Não vou contar que saí chorando, não sou frouxa(?).Acho que estou ficando velha, eu sempre me despedi de netos e ficava firme. Mas os pequeninos...Como entender a despedida física nessa idade? Eles, meus BIGOS, têm argumentos e estratégias nunca imaginadas...Fico pasma! Tipo: Tem corona vírus na sua casa!
Por isso, está cada vez mais difícil dizer tchau. 
Não é apenas apertar na bolinha vermelha do celular. 

Netos revolucionários. 
Ainda bem.
Juro que não tenho culpa. 




Amanhã, dia 26, também é aniversário do meu pai. Adão Antunes Bellagamba.Vô Adão. Feriado em Uruguaiana. 


Minha mãe, a Vó Zoé, com os netos mais velhos
(tudo não estragado)


E se a gente pudesse ter uma casa como a do meu pai e da minha mãe,na XV,  
onde a gente deixava os filhos, e a vó simplesmente deixava todos fazendo não-sei-o-quê, 
e a gente confiava tanto na vó, tudo que ela fazia e dizia estava bem, não existia aquilo de que
 "a vó estraga os netos".
E a gente tem que procurar uma psicóloga pra aprender a ser vó 2020. 

2 comentários:

  1. Conheço a senhora /jovem, Gladis. Uma pessoa cheia de energua positiva. Parabéns, vovó Glafis, parabéns pelo texto inspirador.

    ResponderExcluir