MINHA VIDA É UM PALCO

MINHA VIDA É UM PALCO
Somos como atores neste palco que é o mundo, as cenas são os dias e noites, e o roteiro quem escreve é a VIDA!A vida depois dos 60. É começar novo, novos horizontes, um mundo diferente e muito mais LEVE! A gente está sempre começando, sempre aprendendo...E aos 60 anos, a gente nasce de novo! A minha Infância da Maturidade! COMO SERÁ NOS 70?Na minha ADOLESCÊNCIA da Maturidade...CHEGUEI! Cheguei chegando imaginando a vida toda...70 ANOS! BÓRA LÁ QUE A VIDA TÁ PASSANDO!!!E até uma PANDEMIA!Nunca pensei ...De repente, ficar presa em casa, sozinha. Se sair, o CORONA VÍRUS pega. Horrível todo mundo sem se tocar.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

EM BUSCA DA SOMBRA

miasombra.blogspot.com

"Uma viagem pra catar os sonhos esquecidos"- assim a Mirinha me falou antes de sair para o sul do sul. 
Dramática - é sempre assim minha amiga. Tudo que vai fazer tem uma cena de final de capítulo de novela. Até penso que é planejado tudo,sabe, chantagem emocional, só pra me deixar preocupada, mas faz parte da natureza da Mirinha. Dentro daquela cabecinha existe um mundo sempre em ebulição; o mundo da Mirinha me espanta, quando acho que já vi tudo, surge mais essa: VOU BUSCAR MINHA SOMBRA.

- Mirinha, é apenas uma viagem para ver os parentes que "están se poniendo viejos"- não é isso, amiga? Alguns já doentes...Vais matar saudades, só.

- Bella, quem está se poniendo velha és tu, que coisa chata, isso. Que falta de imaginação, eu aprendi com minha guru que tudo é uma descoberta, um vento novo de surpresas no passado (a guru da Mirinha, agora, é uma cartomante paraguaia que lê cartas em baralho de truco no Bar do Tatu).Então, eu vou procurar minha sombra, lembra que a gente gostava de pisar na sombra? Aqui, nesta capital do Paraná, não acho minha sombra, e as sombras dos outros passam muito rápido, só de vez em quando...Um monte de sombra que nem sei de quem é...Por isso, ME VOU pro Rio Grande, na fronteira do Brasil com o Uruguai e a Argentina, ai que saudade do tempo da infância,churrasco e chimarrão,galopar pelos campos verdejantes, comer fruta trepada em árvore, tirar mel de abelha, beber leite tirado da teta da vaca...

- Amiga, alouuu, churrasco tem aqui todo dia(ou noite), chimarrão pra ti é vinho e cerveja, tu nunca subiste em árvore, tu tinhas um medo monstro de abelha e nunca gostou de leite...Teu cavalo era o Nêgo Véio, que andava se arrastando...Sempre foi cheia de frescuras, tinha medo até de cordeirinho... És uma gaúcha urbana, Mirinha...O máximo que fazias era tomar banho pelada no Salso, e mesmo assim, cheia de medo de pegar sanguessuga...

- Mas que falta de romantismo, Bella, nesta cidade cheia de carros e gentes passantes, não encontro minha sombra. Vou de Azul, e por favor: DIGO NÃO pro uatizapi, pro feicibuque, escrito bem assim, sem essas coisas de inglês. Chega dos artificiais, eu quero a pureza da terra! Adeus, Curitiba!

E assim, Mirinha se foi. Em busca da sombra.
Interessante, isso. 
Fiquei pensando. Onde andará minha sombra? Quanto tempo que eu não lembro mais...Será que ainda dá tempo de ir com  Mirinha?

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