Nome novo, Stand Up - em Inglês, é difundido rapidinho - para uma atividade muito antiga. Os americanos há muito tempo fazem as apresentações em tudo que é canto: alguém vai ao palco e fica contando piadas. Se o público ri, DEU! Até os políticos nos discursos dizem piadinhas, e ninguém se ofende. Apenas ri.
No Brasil, mais ou menos 1960, em Uruguaiana, apresentava-se no Cine Corbacho, na 15, onde hoje é o Pampa, o humorista JOSÉ VASCONCELLOS. O Adão Bellagamba tinha a Kombi da Voz da Fronteira e andava nas ruas anunciando " EU SOU O ESPETÁCULO". Lá em Uruguaiana não tinha televisão, e nós ligávamos a "eletrola" ( toca-disco) - um móvel imenso na sala, lindo, e o LONG PLAY( um disco preto ) rodava e toda a família mais os vizinhos sentavam-se para ouvir as piadas do José Vasconcellos. Eram tantas risadas que tinha a minha tia que se mijava de rir - e isso não é uma hipérbole! O homem era um espetáculo mesmo. Sozinho, pegou o microfone lá no Corbacho, e foi o maior sucesso. Um homem feio, óculos de fundo de garrafa, problemas de dicção, e só precisava aparecer no palco, um microfone e abrir a boca. Estou contando isso, porque o homem morreu ontem e a Globo só fala nas aparições na TV - nem perto do humorista que nasceu para fazer rir.
Resolvi escrever sobre esse José, um brasileiro que foi muito reconhecido sem precisar da telinha, mas quando essa surgiu, ele ficou meio esquecidinho.
Stand Up. Agora na TV, parece grande novidade. Mas não é.José Vasconcellos nem precisava de palavrão, nem de sexo para ser engraçado. E tinha piada de tudo, de bichinha, de português, negro, judeu, papagaio, e não era politicamente incorreto. Puro. Sem censura. Era Humor.
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