Depois de um longo e tenebroso inverno ... não, não é inverno.
Então:
Depois de um outonal com mar furioso, contatos mil com amigas( os) muito queridas(os), mais amigas que amigos, contas todas pagas, carro revisado e tanque cheio,ainda falta meu violão, estou quase pronta: carro atulhado, ainda faltam as roupas de hoje de toda casa, comendo galinha com pão e bebendo POLAR de isopor, o novo inquilino com as chaves, unhas lindas, cabelo mechado e sobrancelhas arrancadas, uma passada por Iemanjá e pelo meu amado MAR, estou pronta. Até no Galeto fui, comi mais de meio-quilo de comida com suco de laranja da hora, galeto bem gordo com um monte de salada e sagu de vinho com o creme branquinho...
Amanhã, depois de meio-dia...
Já é quase meia-noite...Amanhã, os exames pro meu médico pediatra, fiquei em recuperação...mas ainda faltam umas pinturas nas persianas de madeira e uns ajustes no jardim.
Parece mentira: estou deixando o CASSINO.
Não quero lhes falar, meus grandes amores, das coisas que aprendi nos discos...quero lhes dizer de tudo que aconteceu comigo - AQUI- foi muito bom. Grande coisas aconteceram : filhos amadureceram e realizações de 3º grau mandaram as razões de eu vir pra cá - meus filhos - para este maravilhoso mundo de DEUS.E eles SE DERAM !!!!! Coisa BOA!!!!
Uma escola marcou minha passagem com marcas de fogo como no gado: SG - Escola Estadual de Ensino Médio Silva Gama, Paulo da Silva Gama: um cara que eu nem conheci e que levo marcado pra sempre na paleta.Pessoas, colegas, alunos, pais, comerciantes, gente que nem eu sabia que um dia conheceria. CASSINO. Rio Grande.
RIO GRANDE. Onde Todos Nós nascemos, os gaúchos.As pessoas.
E que hoje,ao chegar ao Guanabara, me abraçou: uma moça-senhora-mãe-de-aluno-e-aluna-de-EJA. Tão bom o carinho de quem nunca se pensa encontrar. Palavras de gratidão de ambas as partes, pois ela me ensinou como nunca se deve desistir,e eu aprendendo que sempre o sol brilha pra quem busca: ainda buscando, ainda querendo, o mundo está aí, tem-que-se-aproveitar.
Ainda vou cantar:
" Eu tinha uma casinha, lá no Cassino
Fica na beira da praia
Só vendo que beleza
Eu tive as minhas amigas
Minha mãe e a família
Também lá,com muita festa
Formei meus filhos
E meus alunos
Enterrei meus cachorros
Passeei no bobódromo
Também com meus netos
Quantas bebedeiras
Muita festa, riso e fantasia
Um pedaço do coração
E a esperança
De que as pessoas
Não passem.
Que me recebam de volta!!!
E que me cheguem, assim,
Quando eu menos espere,
Na minha nova casa
Sempre à espera
De quem deixou um raio de luz,
Um carinho, sem horizontes,
Amor sem pretensão
Uma Larus, sem paradeiro
E uma espuma de mar.
MAR! Eu ainda te beberei todo!
HOJE NÃO TEM RETRATO. SÓ O SENTIMENTO, INEFÁVEL, IMENSO E ETERNO, DE QUEM DEIXA UM PEDAÇO GRANDE GRANDE GRANDE DO CORAÇÃO, CHEIO DE GENTE, QUE VAI E VOLTA COMIGO - SE UM MUITO OBRIGADA FOSSE SUFICIENTE, EU DIRIA:
MUITO OBRIGADA, POVO DESTA TERRA
QUE AMO COM DEVOÇÃO,
ME RECEBEU COM CARINHO,
MINHA ETERNA GRATIDÃO
RIMA POBRE EM ÃO,
RIMA RICA DE CORAÇÃO"
A vida começa aos 60 anos. ATUALIZANDO...a vida começa aos 74. Agora, já estou com 75. A pandemia do Corona Vírus passou. A COVID se transformou em doença, que precisamos tomar vacina todos os anos, o vírus se transformou em coisa igual sarampo. POR ENQUANTO, estou escrevendo, copiando crônicas que escrevi nesses tempos de estranheza numa realidade de idosa. QUANDO eu ficar velha, talvez não tenha vontade de escrever mais.
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