Meu amigo dividiu comigo um tema que me persegue, e juntos, na distância que desaparece neste contato virtual, nos jogamos na análise que o psicanalista Flavio Gikovate nos presenteia: as transformações das relações afetivas que revolucionam conceitos de amor, de convivência de um com o outro. Quem procurou e achou ( e perdeu?) a "metade da laranja", a " alma gêmea"? Quer dizer: sou uma fração! Dependo do outro, quero que essa "metade" goste do que eu gosto...Não ouço mais minhas músicas, gauchescas ou sertanejas ou pagode ou tango, porque a "pessoa" não gosta...Novela? Nem pensar, o controle da TV é dele.Sair com amigos, não pode!Visitar família, pra quê! E assim, a minha parte da laranja vai desaparecendo, já sou menos que um terço, um quarto, um sexto ou cesto de desilusão. E o amor se vai. Então, jogo a toalha. Não dá mais. A alma gêmea não era gêmea de verdade, nem os gêmeos univitelinos são iguais...E as pessoas resolvem viver sozinhas. Ou aceitar a nova ordem, que é mais ou menos assim:
Abandonar definitivamente a ideia de que uma pessoa é o remédio para a nossa felicidade. O outro não é o príncipe nem salvador: é apenas o companheiro de viagem. A parceria vai trocar o amor de necessidade pelo amor de desejo de estar.Nada de inventar o outro, transformar a pessoa amado no modelo dos contos de fada - que nem têm mais os mesmos fins, não adianta beijar o sapo esperando o desencanto; encanto, mesmo, é beijar o sapo sabendo que é e será sempre sapo.O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável, tem o prazer da companhia, o respeito pelo ser humano e amado. Então, sexta-feira, ficar sozinho um pouco. Estabelecer um diálogo interno, descobrir a força pessoal, e saber que se estou bem na harmonia e na paz, tudo ao meu redor vai se encher de luz, de alegria, de festa, afinal, hoje é sexta-feira.
Curiosos com SAWABONA, SHIKOBA?
É um cumprimento do Sul da África. Quer dizer:
- SAWABONA! ( Eu te respeito, eu te valorizo, você é importante pra mim)
E a resposta:
- SHIKOBA! (Então, eu existo para você)
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