MINHA VIDA É UM PALCO

MINHA VIDA É UM PALCO
Somos como atores neste palco que é o mundo, as cenas são os dias e noites, e o roteiro quem escreve é a VIDA!A vida depois dos 60. É começar novo, novos horizontes, um mundo diferente e muito mais LEVE! A gente está sempre começando, sempre aprendendo...E aos 60 anos, a gente nasce de novo! A minha Infância da Maturidade! COMO SERÁ NOS 70?Na minha ADOLESCÊNCIA da Maturidade...CHEGUEI! Cheguei chegando imaginando a vida toda...70 ANOS! BÓRA LÁ QUE A VIDA TÁ PASSANDO!!!E até uma PANDEMIA!Nunca pensei ...De repente, ficar presa em casa, sozinha. Se sair, o CORONA VÍRUS pega. Horrível todo mundo sem se tocar.

terça-feira, 13 de março de 2012

DE QUE FAMÍLIA TU ÉS?

Domingo é um dia em que a TV não é boa, mas fiquei muito interessada por um programa não sei de quem nem em qual canal, o apresentador, um professor de teatro e um sociólogo. Nem os nomes guardei, pois me vi escrevendo a lápis no bloquinho - daqueles bem antigos, pra não esquecer.A conversa devia ser sobre "o que se pode e o que não se pode falar", coisas como politicamente correto, discriminação, preconceito, censura, mas o que surgiu de novo na discussão foram conceitos novos e antigos sobre Honra, Dignidade, Fé. Assim, com letra maiúscula.  Uma frase que foi dita e me recordou o meu pai, que sempre dizia: "Prefiro morrer de pé a viver de joelhos" - para exemplificar que Dignidade é ser correto, é manter a cabeça levantada, garantida por uma vida cheia de bons princípios, não aceitar "tudo por dinheiro". E que parece fora de moda, tem muita gente que perde a moral, mas não perde dinheiro, e a Honra também passa a ser apenas uma palavra. O jogador safado, traficante, marginal, é ovacionado porque faz gols. Não interessa o exemplo que ele passa aos nossos filhos e netos. O que importa é o dinheiro, a fama.E chegamos onde comecei: O sobrenome, hoje, tem valor? Aquela pergunta que se fazia antes: De que família tu és? - parece ridícula. Mas não é. Ter orgulho do pai, da mãe, do avô e avó, tio. Porque eles são exemplos de Honra e Dignidade.
                        Quando eu era pequena ( muito tempo atrás), meu pai açougueiro - eu era pobre e não sabia - minha mãe do lar, mas o trabalho era muito valorizado, não tinha dinheiro sobrando mas a gente tinha tudo que podia. Como eu enchia a boca pra dizer: Sou filha do fulano DE TAL e da fulana DE TAL Esse DE TAL, o sobrenome, enchendo a boca. Com todo o respeito por serem pessoas reconhecidas pelo trabalho, pela honestidade.
                         Certa vez, falando em profissões com meus alunos, cada um dizia qual a profissão do pai e da mãe. Carroceiro, artesão, advogado, professor, comerciante. E com a ingenuidade da infância, o menino falou: meu pai é ladrão de bicicleta. Nenhum comentário tive coragem de fazer, segui a atividade. Quando esse menino cresceu, não sei como ele falou sobre o pai, se era filho do fulano de tal, eu o perdi de vista, ou ele foi embora, não sei.  E o filho de quem desvia milhões do povo, publicamente, todo mundo sabe, como vê o pai? Será que tem orgulho de ser filho do ladrão? Ou o ladrão tem tanto dinheiro que compra até a opinião do filho e do povo? A sociedade de espetáculo quer ver a celebridade, o minuto de fama. A memória coletiva anestesiada. Tudo passa a ser relativo. Partidos se vendem por cargos. Ideologia deixa de ser requisito. Despersonalização. 
                            SER OU NÃO SER: EIS A QUESTÃO. Shakespeare nunca foi tão atual.

                   Dignidade. Honra. Fé. Acreditar no que não posso provar. É abstrato, mas existe.
                Concretamente? O EXEMPLO. O exemplo é concreto e tem Nome e Sobrenome.

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