Sem muita opção num final de domingo, à noite, o fantástico do mundo na telinha da minha sala, um festival de propostas indecentes: de 15 a 20% e o dinheiro público - o nosso - vai para empresas que já ganham ao vender produtos. De ambulâncias a quentinhas. "12.000 por dia, as quentinhas, você põe 1,00 - são 360.000,00 pra você, por mês, sem trabalho nenhum, nós fazemos tudo, as quentinhas entregues nos hospitais ou escolas ou penitenciárias ou secretarias, a licitação pública, 3 empresas participantes, tudo dentro da lei; isso é a lei do mercado, o dinheiro( do governo: do povo) entra na nossa conta e passamos sua comissão em real, dólar, euro - entregamos a grana em caixas de uísque, de vinho, no shopping, no parque´". (O repórter da TV com as câmeras escondidas, tudo filmado e passado para nós, os bobos pagantes). E o responsável por gerir nosso dinheiro ali, fazendo acordo, concursado ou não, cargo de confiança ou representante do governo, chefe-presidente-secretário-ministro da saúde, da educação, sei lá! Se fossem ambulâncias, o dinheiro da "comissão" passava de milhões." O dinheiro roubado da saúde mata pessoas, disse um médico. Dinheiro roubado da merenda escolar, de material escolar. Dinheiro roubado do nosso bolso, do nosso trabalho. Por empresários já muito ricos que multiplicam a riqueza na corrupção de cidadãos. Cidadãos corrompidos, muitos eleitos por nós.
cidades limpas, estruturadas, construções conservadas, instituições fortalecidas, serviços de excelência, segurança total, sem dúvida, 1º mundo. Fruto de trabalho sério, de administração pública de responsabilidade social. Isso mesmo, bem ali, 1º mundo. Um país latinoamericano de 1º mundo. Estou com uma raiva de nossos políticos, das pessoas que administram este nosso Brasil, temos tudo mais que eles, que os chilenos, até a natureza é boa pra nós, o que nossos governos fazem com nossos impostos?"
Me deu uma vontade de chorar.Ela, minha vizinha, me olhou curiosa. Falei, como para me desculpar pelas lágrimas que teimavam em saltar: "Preciso fazer meu Imposto de Renda." Então, chorei. Sentei no murinho do condomínio e chorei.
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