Ontem foi um dia diferente com rotina diferente - dã, se foi diferente, nem teria rotina, óbvio!
A Mirinha de novo me liga para perguntar que comida se faz para receber pessoas de Curitiba, uma delas vindo de Brasília, trabalha no Delta da Parnaíba. Primeira pergunta: É do governo? Dependendo, se for da ala corrupta, nem abre a porta, essa coisa de corrupção é contagiosa, te cuida, Mirinha. Mas não era corrupta. Era uma amiga dos tempos da faculdade das filhas, e a outra moça de família também. Coisa antiga, essa " moça de família", minha sogra dizia essas coisas, meu pai também, somos todos os mesmos e vivemos como nossos pais, e, principalmente, dizemos as mesmas coisas, como se as outras moças não fossem de família. Fizemos vários cardápios(...) Dias frios, junho terminou, estamos na metade do ano, Sete de Setembro, Dia das Crianças pra quem tem criança na família, Califórnia pra quem vive em Uruguaiana, Dia de Finados pra quem já morreu, Natal e se foi o ano. Isso dizia o Antonio Souza, em janeiro, um radialista da Charrua ( também já morreu).
Voltando ao almoço: Tem coisa mais brasileira que atende norte-sul-leste-oeste, principalmente no inverno? Aquele feijão com bacon, paio, porco, linguiça, costela, feijão bem preto, sem discriminação. E couve, orgânica, já cortadinha, refogada com calabresa. Arroz branco. Um picadinho de carne com creme de leite e batata palha bem fininha - pode que a pessoa não goste de feijão, existe gente excêntrica. Sobremesa chocolate e pé-de-moleque e café preto. Coca-cola, suco ligth e água ( água está na moda).
E foi um sucesso. Ainda branquearam o feijão com farinha de mandioca.
A Mirinha ficou tri-feliz. Só que nem deu tempo de comerem pé-de-moleque. As visitas tiveram que ir a um velório ou enterro de uma amiga de uma amiga.
Um dia sem rotina pra Mirinha. Mas que fiquei com água na boca, pensando. Não no velório, nem no pé-de-molque - não gosto de coisa dura ( nesta fase da vida, é difícil - tem as próteses - nem pensem o que estão pensando...) mas lembrando de feijão com couve. Acho que amanhã aqui no meu apê vai ter. Não convido a Mirinha, ela me deixou de fora, eu queria conhecer a amiga que veio de Brasília...FEIJÃO PRETO! Com bastante alho, pimenta, e gomos de laranja...E vou aproveitar uns camarões, uns filezinhos de peixe, ainda do Cassinão, apenas para tira-gosto, que a cerveja também precisa de acompanhamento. MIRINHA: MORRA DE INVEJA!!!
A vida começa aos 60 anos. ATUALIZANDO...a vida começa aos 74. Agora, já estou com 75. A pandemia do Corona Vírus passou. A COVID se transformou em doença, que precisamos tomar vacina todos os anos, o vírus se transformou em coisa igual sarampo. POR ENQUANTO, estou escrevendo, copiando crônicas que escrevi nesses tempos de estranheza numa realidade de idosa. QUANDO eu ficar velha, talvez não tenha vontade de escrever mais.
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