Hoje não dá pra comer sopa de garfo. Sopa é creme, um líquido mais ou menos espesso. Antes, até que dava, tinha desde batata a carne, e tinha caldo, muito caldo.
A Mirinha me ligou de novo. Foi ela que refletiu sobre a sopa de garfo. Anda com saudades da infância, dos irmãos, das refeições em família. Dos filhos na hora da mesa, contando as peripécias da escola e dos jogos de vôlei e basquete e das festas, dos barzinhos... Os filhos da Mirinha sempre gostaram muito de festas e esportes.
" Sabe - falou a Mirinha - agora só querem computador. E dinheiro. E trabalho. Se eu falo qualquer coisa, é pra me arrepender, de repente, não sei mais nada, estou OFF."
- Olha só, Mirinha: Não estás OFF ( viram como a Mirinha está moderna? OFF...) , nem IN, estás é muito chata. Vê se para de pensar só neles. Em vez de tomar sopa de garfo, vai nadar de poncho contra a correnteza, tá?Estás parecendo a Salomé, do Chico Anísio. E olha que o Chico já morreu e não se deu conta...
Olha pra frente, guria! Vai fazer Naturismo com meu amigo Norbert.
Não é Nudismo, Mirinha. É Naturismo!
Vai uma dica de lugar abençoado: Vila Velha, no Espírito Santo. Praia: Guarapari. Tudo de bom. Se não der certo, ainda te resta o Sermão da Montanha, tá legal?
A vida começa aos 60 anos. ATUALIZANDO...a vida começa aos 74. Agora, já estou com 75. A pandemia do Corona Vírus passou. A COVID se transformou em doença, que precisamos tomar vacina todos os anos, o vírus se transformou em coisa igual sarampo. POR ENQUANTO, estou escrevendo, copiando crônicas que escrevi nesses tempos de estranheza numa realidade de idosa. QUANDO eu ficar velha, talvez não tenha vontade de escrever mais.
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