Lembrei-me agora do Fernão Capelo Gaivota. A gaivota que teimou em voar, caía, levantava até que voou alto, mesmo com todos os tropeços,conseguiu dar cambalhotas, fazer parafusos, voou, voou e voou alto, e levou o bando todo a lugares nunca dantes voados...
Tudo porque minha amiga tão amiga, tão disponível sempre, o "ombro amigo" sempre pronto pra me fazer rir ou chorar ou qualquer coisa. Uma amiga que conheci depois de meio século. Hoje ela está muito, muito triste. Eu queria estar com ela, abraçá-la, confortá-la com palavras não faladas, porque o irmão que ela amava demais morreu. Meu amigo, eu a conheci através dele. Preciso dizer que o irmão de minha amiga se chamava Orlando. Orlandinho, pequeno de estatura mas grande de vontade ao fazer um jornal num mundo que não quer ler mais. E ele estava lá, no Cassino. Jornal Cassino. Tão íntimo. Toda sexta eu esperava. Porque era do Orlando. O Landinho vai fazer muita falta. Eu fico aqui assim, olhando o voo da gaivota. E repetindo as palavras do Richard Bach:
" Longe é um lugar que não existe; quando se pensa em alguém, já se está lá."
Maria Lucia, eu estou contigo.
A vida começa aos 60 anos. ATUALIZANDO...a vida começa aos 74. Agora, já estou com 75. A pandemia do Corona Vírus passou. A COVID se transformou em doença, que precisamos tomar vacina todos os anos, o vírus se transformou em coisa igual sarampo. POR ENQUANTO, estou escrevendo, copiando crônicas que escrevi nesses tempos de estranheza numa realidade de idosa. QUANDO eu ficar velha, talvez não tenha vontade de escrever mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário