Ontem, na mesa do bar, amigos conversando. Entre uma coca, uma Polar ou Brahma ou Skol, xis salada ou xis filé ou torrada ou nada, comentei minha preocupação com São Lourenço. Tanta gente perdeu tudo, a cidade é um montão de ruínas, lixo, lama, até o calçadão não existe mais. E só se fala no Japão, a tragédia do terremoto-tsunami e agora a radiação - como se uma bomba nuclear estourasse no Sol Nascente. E São Lourenço? E as cidades do Paraná? Sem falar em tantos outros desatres neste imenso país, de repente quase esquecido por Deus. O Mano ( codinome) falou uma coisa que me deixou pensando: " UMA TRAGÉDIA ENGOLE A OUTRA". A do Japão é maior.
Entendo. Realmente, é uma tragédia sem proporções. Mas ainda tem uma coisa me incomodando.
Quantos milhões de pessoas no Japão, quantas mil em São Lourenço...Proporcionalmente, seria x ou y? Tem diferença para quem perdeu tudo? Ou a TV procura a tragédia mais famosa? Quem vai dar mais audiência? Somos tão pequenos e indefesos frente às tragédias...a resposta para minhas indagações internas veio ali, na hora. Foi o Mano, ele mesmo, que resolveu minha equação sentimental:
- Alguém disse que o Japão vai reconstruir tudo o que foi devastado antes mesmo de o Brasil se preparar para a Copa. Eles estão preparados.
Mas nós, não. Nem acreditamos se alguém disser que vem um tsunami por dentro dos molhes da barra.
Acho melhor pedir outra Brahma.
A vida começa aos 60 anos. ATUALIZANDO...a vida começa aos 74. Agora, já estou com 75. A pandemia do Corona Vírus passou. A COVID se transformou em doença, que precisamos tomar vacina todos os anos, o vírus se transformou em coisa igual sarampo. POR ENQUANTO, estou escrevendo, copiando crônicas que escrevi nesses tempos de estranheza numa realidade de idosa. QUANDO eu ficar velha, talvez não tenha vontade de escrever mais.
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