A vida começa aos 60 anos. ATUALIZANDO...a vida começa aos 74. Agora, já estou com 75. A pandemia do Corona Vírus passou. A COVID se transformou em doença, que precisamos tomar vacina todos os anos, o vírus se transformou em coisa igual sarampo. POR ENQUANTO, estou escrevendo, copiando crônicas que escrevi nesses tempos de estranheza numa realidade de idosa. QUANDO eu ficar velha, talvez não tenha vontade de escrever mais.
segunda-feira, 8 de abril de 2019
BOM DIA, VIDA
Todo dia acordo e falo BOM DIA,VIDA.
Ouço minha voz, vejo o meu redor,mais uma dia pra ser feliz. Devagar, tirar as pernas da cama, espichar os braços e GRAÇAS A DEUS consigo levantar.
Nunca lembro se o pé é o direito ou esquerdo, mas meu pé me obedece e lá estou eu de novo neste admirável mundo. Muitas certezas e muitas surpresas, demoro um pouquinho pra engrenar na rotina de quase todas as pessoas do mundo.
Sempre tive agenda. Antes, porque eram muitas e diferentes obrigações familiares, profissionais, sociais. Hoje, não são todas obrigações, mas também muito importantes. Para dar sentido ao meu dia. Para organizar meu Universo.
Quando me aposentei, joguei fora meu relógio, porém nunca consegui me desligar dos horários. A disciplina de mais de meio século me ajuda a aproveitar melhor o tempo. E consigo, assim, dar um significado muito importante à vida.Como encarar: Hoje vai ser uma merda ou Hoje vai ser melhor! tudo depende da minha vontade.
BOM DIA, VIDA, tem sido um acordar com felicidade, esperar que o tempo passe com alegria, a esperar que o melhor me aconteça, me encher de energias positivas e pensar quanto essa VIDA tem sido boa. Só então eu posso olhar para o mundo e desejar BOM DIA pessoalmente, com um abraço, com beijos. Ou virtualmente, no momento da comunicação pessoal.
Eu sou responsável pelo que este dia vai me trazer. Sou um bumerangue. O que eu jogar no Universo vai voltar para mim.
Por favor, muito obrigada. Vaombora!
domingo, 7 de abril de 2019
O DEUS DE CADA UM
O Deus é meu, ele é do jeito que eu quero. Assim, com letra maiúscula. Como o Deus que me apresentaram quando eu era pequena e fiz catecismo. Quando a gente é criança nossas crenças ficam grudadas pelo resto da vida, a gente podia ir para o céu, purgatório ou inferno. Tinha que obedecer Deus, que tinha os dez mandamentos pra todo mundo. E todo mundo tinha que obedecer, pois o Diabo ficava tentando pros desobedientes irem para o inferno.Quem era mais ou menos ia para o purgatório.Também existia o perdão para quem se arrependia do mal e corrigia o erro.
As leis valiam igualmente pra todos, homens, mulheres, velhos, crianças, ricos, pobres, brasileiros, argentinos, americanos. Muito claro, Deus era o amor e bem: correto, honesto, bom, exigente, protetor, reinava em todos os lugares. O Diabo era o mal: safado, ladrão, mau, exigente, ilegal, imoral,o ódio, também estava escondido em todos os lugares.As pessoas escolhiam se queriam ser boas ou más.
Hoje, depois de tanto estudar sobre religiões, crenças, fés, filosofias e ciências, descobri que posso ter um Deus só pra mim. Na verdade, não é bem Deus, é montar um deus que aprove tudo que eu faço, um deus que concorde com minhas opiniões, o amor do meu jeito, a lei que me apoie em tudo, na direita ou na esquerda, eu ponho o meu deus aonde eu quero.Eu posso ser boa ou má, deus me protege. Os outros que me sigam. O Diabo, coitado, totalmente desmoralizado, sumiu.
O Universo deixou de ser de todos. O Universo é meu. O deus é meu.Pronto. Simples, assim.
Seria simples se não fosse totalmente individualista, egoísta, uma visão totalmente aniquiladora da presença do outro, pois se eu sou tudo não preciso do amor, do carinho, da convivência.
Quem disse amai-vos uns aos outros, venha a mim os pequeninos, abriu a possibilidade da eternidade. Para amar precisa dividir, entender, proteger. E perdoar.
Então Deus é de todos e para todos. Tem muitas formas, mas a exigência é sempre o BEM. Não o bem próprio. O bem de todos. Amor pelo próximo.Que sai do Deus de cada um.Pois Deus, com letra maiúscula, é de todos, para todos, o Único.
Mais uma aprendizado.
sábado, 6 de abril de 2019
ZUMBIDO - O SOM INDIVIDUAL
Ah, se fosse uma doença! Mas não é. Zumbido é um SINTOMA.
Sintoma de quê? Ninguém sabe. Nem todos os mais eficientes cientistas que sabem a origem da vida ou o clima do mundo conseguem dizer porque eu tenho este zumbido dentro da minha cabeça que apenas eu ouço. Só eu. Nenhum aparelho do mundo consegue captar. Meu zumbido é o meu som individual, vai comigo onde vou, dorme e acorda comigo.
Ontem voltei ao meu grupo do zumbido. É o GIPZ. Funciona no maior hospital público do Brasil, no Hospital de Clínicas da UFPR em Curitiba.Uma vez por mês; é uma equipe de profissionais especialistas em diversas áreas da saúde que apresentam informações atualizadas aos portadores de zumbido.Pessoas voluntárias, a doutora Rita de Cássia a responsável pelo grupo. No mundo, já somos 278 milhões. Quem me pergunta o que é esse grupo, eu explico didaticamente que é como se fosse grupo de dependentes de álcool ou de químico, só que nós somos dependentes do som. De zumbido.
Tem gente que tem e não sabe, tem gente que sabe que tem e não admite, tem quem pensa que tem e não é, tem zumbido temporário que chega e vai sem avisar, tem zumbido que afasta a pessoa dos outros, tem zumbido que já me acostumei, o meu é um rádio em alta frequência sem sintonia, tem de martelo martelando, vento zunindo, de oceano marulhando, de abelha zumbindo, acho que até daí veio o nome. Mas é extremamente individual, esse som que nunca desliga.Não tem cura pois não é doença. Como não é doença, não tem remédio. Como é um sintoma, tem que descobrir a causa.Ponto.
Nas reuniões do grupo, aprendemos a tirar o zumbido do foco do pensamento.O mundo é muito maior que um zumbido. Como funciona tudo dentro da cabeça, com sentimentos e emoções e percepção e sensação. O que eu mais gosto é de ouvir as histórias das pessoas que, como eu, têm um zumbido todo seu. E que eu não sou a única, que tenho perda auditiva e talvez um aparelho melhore minha qualidade de vida.
Esse grupo tem melhorado minha vida. Eu adoro ler. Preciso de uma concentração extra para entrar no livro. Tentar esquecer deste zum que grita mais alto que a música.Cantar, conversar, trabalhar, viver normalmente.
Um dia de cada vez, desligar meu som interno.
Às vezes, penso que juntando todos os portadores do zumbido que conheço podemos produzir energia, quem sabe até acender as luzes da cidade e manter uma operadora de internet individual.
sexta-feira, 5 de abril de 2019
Churrasco de Pescoço? NUNCA
Dividir uma picanha pra dois ou comer sozinho um quilo de pescoço.
Foi isso que a Helena falou.
A ideia da miga de dividir o marido com uma outra estava de novo em discussão.
Muito bom pro polaco, iria ter duas casas, com duas mulheres lindas, o problema é que as mulheres não aceitavam.Muito confortável pro gostoso.
O grupo discutia as máscaras e sombras. Amor e traição. Aceitar o chifre e tirar uma lasquinha ou manter um orgulhoso amor próprio.Sozinha e infeliz, ou infeliz e acompanhada?
Chega desse papo!
Um violão para alegrar, vamos cantar, desde Dolores com a Noite do Meu Bem, Maysa com Meu Mundo Caiu, PODE PARAR, está cada vez mais pra baixo, esse sofrimento de amor não faz bem ainda mais nesta hora que a Naia está sem saber se o ex volta sozinho ou não volta se estiver acompanhado.Vamos para o samba, Trem da Onze, já melhorou o ambiente, Viver e não ter a Vergonha de Ser Feliz, vamos dançar.
Não adiantou. Voltou a sofrência, com uma canção feminina sertaneja a Maiara cantava " tomei um chifre e ainda paguei cinquenta reais", ou seja, mudou de época, mudou de intérprete, e voltamos para a questão: Dividir a picanha ou comer sozinho um pescoço...
quinta-feira, 4 de abril de 2019
TEMPO INÚTIL
Já temos uma estatística - tem estatística pra tudo - de quanto tempo um brasileiro gasta POR DIA olhando o celular. Nem tem como se esconder, é o seu dedo que comanda a maior amigo e inimigo de todos os tempos.
4 horas e 38 minutos.
Mais de meio turno de trabalho diário. Metade do salário de um trabalhador. Vai faltar pão na mesa. Vai faltar dinheiro pra pagar as contas do fim do mês. Vai faltar tempo pra conversar com a mãe, com o filho, com o espírito santo.
- Não posso, estou cheio de compromissos.
O mais importante: Verificar as redes. Sociais, nacionais, internacionais, esporte, ofertas de qualquer coisa, tem que compartilhar, o vídeo é muito engraçado, a comida está colorida, a União Europeia, o dólar, tem passagem barata, tem oferta de TV, descobriram uma dieta milagrosa, o time vai entrar na copa, a direita, a esquerda, tudo tem que ser visto AGORA. Nada pode passar, eu preciso espalhar isso que não é fake, nem terminei de ler mas já vem outra mensagem.Já enviei, metade da informação, faltou o mais importante, mas já foi.
A criança vai cair, mas preciso filmar o acidente.
E a pessoa sempre muito ocupada não tem tempo para dar um alô pro irmão.
Os brasileiros estão mais doentes pelo celular que até os americanos.
Hoje se tornou indispensável, assim como um dia foi a televisão, o rádio, o jornal.
A questão é saber usar.
Fica a pergunta: Sou eu que mando na minha vida, ou é o meu celular?
Já tem muito jovem se questionando.
Já tem muita criança dentro do aparelho.
Eu não consigo ficar longe. Desculpa aí, vou ver se tem alguma nova mensagem.
quarta-feira, 3 de abril de 2019
MUITO CONFORTÁVEL
Naia está com um problema gigas.
O ex quer voltar para casa. Ele chamou a filha, da Naia e dele, para um fim de semana na praia:
- Papai está se sentindo sozinho, venha que vou preparar "aquele" churrasco...
A guria ficou emocionada. Avisou pra mãe e pro namorado, pegou uma roupas e se foi pra praia pra cuidar do papy.
O papy é um polacão forte, sessentão, olhos azuis, cabelo loiro acinzentado, daqueles de filme americano.
Fez uma carne no ponto e lascou:
- Filha, eu quero morar com vocês.
A guria tirou do seu arquivo no seu HD interno a imagem, ela, papai e mamãe, na mesa do café, no almoço, em frente à TV, aquele anúncio de margarina, a família, enfim, perfeita.
Caminharam com os pés nas ondas, fizeram castelos de areia, viram o sol nascer.
Só ela e o papai.
Domingo à noite, de volta pra casa, nem tirou a roupa de sal. Fez a mãe sentar na primeira poltrona que viu, sentou no tapete bem na frente da mamy e lascou:
- Mãe, papai que morar conosco. Ele me contou, só nós na casa, fez uma picanha massa, e disse bem assim.
Naia estava paralisada.
- Filha, calma. Teu pai mora com a atual mulher dele, mais os filhos, teus irmãos.
- Mas, mãe, ele que morar aqui!
- Então ele saiu da casa deles?
- Não, ele quer morar aqui.
O imaginário da filha, o universo da filha está perfeito.
E agora? O ex sempre foi o maior amor da Naia.
Amiga, como vai ser bom pra esse papy gostosão. Vai ter duas casas.Duas mulheres. Muitos filhos. Dependendo do humor, fica aqui ou acolá.
Naia, tira uma lasquinha e vê o que acontece, faz ele largar a outra.
Naia, onde fica teu amor próprio?
Naia, o tempo está passando, aproveita e faz uma lua de mel tardia.
Naia, se ele quiser mesmo, ele que venha falar contigo.
Naia, ele chamou a filha para te testar, sabia que ela ia te contar.
As amigas, cada uma tem uma ideia. A Naia está numa dúvida cruel.Ama o polaco, quer a família que a filha deseja, mas... tem a outra.
Como falou a Helena: Está muito bom pra ele. Muito confortável.
terça-feira, 2 de abril de 2019
EU QUERO UMA EMPREGADA!
Hoje eu acordei com saudade de você, Cenira!!!
Cenira foi minha diarista no Cassino (Cassino é o nome de um balneário no RS, não é jogatina).
Como era bom ter a Cenira todos os dias, ela era autônoma, a gente dividia o INPS.
Levantar de manhã, tomar café e sair, a casa ficava pra Cenira. Meio dia voltava, engolia qualquer bife e saía. A cozinha ficava com a Cenira. À noite, eu chegava quase meia noite, a casa limpa, a mesa posta para minha janta, jogar no sofá e comer um bauru com uma cerveja gelada na frente da TV com as pernas pra cima, Viva o Gordo JÔ. O Barthy, a Bonnie e o Byron (dogs herança dos filhos que foram embora e deixaram os cachorros pra eu cuidar) deitados à porta, esperando as sobras do meu lanche.
Dormia até acordar e começar tudo de novo. Trabalhar 60 horas por semana é tudo de bom quando em casa tem uma Cenira.
Hoje acordei com saudade. Liguei para meus filhos - pelo whats, óbvio - e chorei: Estou morrendo de saudade da Cenira. Por favor, preciso de uma empregada! Resposta, querem saber?
- Mãe, tu não faz nada, pra que precisa de uma empregada?
Realmente, trabalhei dos 10 aos 60, agora faz 10 anos que faço nada. Acho que vou mudar o pedido:
-Preciso de um cuidador. Alto, moreno, bonito e sensual pra fazer fisioterapia, massagem, comida, e me levar pra rua.
Pronto.
Será que consigo?
segunda-feira, 1 de abril de 2019
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