A vida começa aos 60 anos. ATUALIZANDO...a vida começa aos 74. Agora, já estou com 75. A pandemia do Corona Vírus passou. A COVID se transformou em doença, que precisamos tomar vacina todos os anos, o vírus se transformou em coisa igual sarampo. POR ENQUANTO, estou escrevendo, copiando crônicas que escrevi nesses tempos de estranheza numa realidade de idosa. QUANDO eu ficar velha, talvez não tenha vontade de escrever mais.
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
A BOMBA DE URUGUAIANA
Mirinha andava na fronteira Brasil-Uruguai-Argentina. Mais especificamente em Uruguaiana.Indo pro Alegrete e Santa Maria.
Como sempre, as histórias que a Mirinha vive são únicas: do insólito ao exagerado. Às vezes, confundo a Mirinha com o Forrest Gump, o Contador de Histórias, do filme com o Tom Hanks, 40 anos de histórias dos EUA, ganhador de vários Oscars. E o mais interessante, é que, assim como o protagonista do filme, a Mirinha VIVE nas histórias, por aí, por aqui, por lá. Tipo assim:
Alguém já imaginou TERRORISMO em Uruguaiana? Lá na beira do Rio Uruguai? Lá onde convivem abraçados palestinos e judeus e onde se ligam por uma ponte argentinos e brasileiros que se odeiam?
...pois foi lá mesmo.
TERRORISMO!
Tudo tranquilo no café da manhã em família, chega uma amiga da Mirinha gritando:
"Tem uma BOMBA na porta do BANRISUL! E outra lá dentro, nos caixas".
- Devem ser os professores, parcelaram os nossos salários. Tomara que EXPLUDA tudo! - gritou a Mirinha,que é aposentada e filiada ao CPERS, comendo uma bolacha de Libres.
- É sério - gritava a guria - interditaram todo o centro de Uruguaiana, chamaram o antibombas de Porto Alegre, lojas fechadas, tem até camelô vendendo recuerdos da cidade antes da bomba!
- Liga o rádio, na Charrua, vamos ouvir o Mario Pinto!
-O Mario Pinto morreu há séculos, Mirinha!
- Então o Papaléo, ou o Antonio Souza.
Todos se olharam, apertaram a boca e levantaram as sobrancelhas...É, Mirinha está batendo biela...
- Também já morreram, Mirinha. E ninguém mais ouve rádio...
- Então olha o FACE, queridinho, coisa mais sem graça, vocês - Mirinha pediu pro guri, que estava no celular olhando mulher pelada,ou homem pelado, agora nunca se sabe -e que estava nem aí pra bomba.
Dito e feito: Tinha uma bomba bem na porta do Banrisul. Taí a foto que não deixa a Mirinha mentir...
Isso já era quase meio-dia.
Resolveram tomar mate. Chimarrão (mais um) ou chimas, como falam em Porto Alééégre, e se sentaram todos na frente da casa, para esperar a explosão da bomba.Tudo é muito perto em Uruguaiana.
Nunca antes na história de Uruguaiana uma bomba de verdade ia explodir!
Esquenta mais água, o almoço atrasado, a empregada também na frente, esperando.
Imagina, Uruguaiana notícia no mundo: " ATENTADO TERRORISTA MATA MILHÕES EM URUGUAIANA".
Imagina na Madariaga, a Rádio de Libres:"Una Poderuessa Buemba Sacó Uruguajana del Mapa del Mondo".
Mirinha ia entrar para a história! Mal podia esperar!
Desgraça!
Foi apenas uma bombinha.Quase uma da tarde. Explodiram a coisa na frente do banco. Operadores especiais em explodir bombas em Uruguaiana vieram da capital com um robô-cachorro que cheirou a bomba,levantou a perna e TCHUM! Não foi uma marolinha, foi um estalidinho.
A Mirinha jura que o cachorro-robô fez xixi na bomba, por isso falhou.
No almoço,decepcionados, todos comeram feijão seco e arroz queimado.
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