MINHA VIDA É UM PALCO

MINHA VIDA É UM PALCO
Somos como atores neste palco que é o mundo, as cenas são os dias e noites, e o roteiro quem escreve é a VIDA!A vida depois dos 60. É começar novo, novos horizontes, um mundo diferente e muito mais LEVE! A gente está sempre começando, sempre aprendendo...E aos 60 anos, a gente nasce de novo! A minha Infância da Maturidade! COMO SERÁ NOS 70?Na minha ADOLESCÊNCIA da Maturidade...CHEGUEI! Cheguei chegando imaginando a vida toda...70 ANOS! BÓRA LÁ QUE A VIDA TÁ PASSANDO!!!E até uma PANDEMIA!Nunca pensei ...De repente, ficar presa em casa, sozinha. Se sair, o CORONA VÍRUS pega. Horrível todo mundo sem se tocar.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

LUZ NA BOCA DO TÚNEL


Sabe aquilo de "morro e não vi tudo"?
Pois comigo isso não acontece. Estou vendo não tudo, mas outro tudo, pois cada dia tem um tudo diferente. 
A ideia de um Ensino Médio atualizado, isso é uma LUZ pra todo esse universo de adolescente que fervilha de ansiedade pelas descobertas.
Poder escolher. Participar de atividades "tudo a ver".
Estou falando das possíveis alterações na base do Ensino Médio. 
Português será sempre base, é a base da comunicação. O ser humano precisa se comunicar ou não existe. Matemática explica todo o mecanismo da existência. Não são apenas números. É a diferença entre o todo e o nada. Inglês é sobrevivência profissional.As outras disciplinas são necessidades individuais.Formadoras de opinião, decisão, personalidade.Pessoa. Coisa de cada um.E a perspectiva do turno integral, é tudo que eu queria. 
Como pra tudo tem uma historinha, eu tenho a minha:


obaratodefloripa.com.br

"Como era bom!"
A gente ia pro colégio só sabendo que tinha que ir e voltar com um boletim sem vermelho. Estudava porque tinha que estudar e pronto. O que vai ser quando crescer era escolhido pelos pais e responsáveis e pela sociedade: Professora, médico. advogado, engenheiro, se tivesse um DR na frente do nome, se ganhasse bem, era suficiente, estava feito na vida.Obrigatório pra todo mundo era Português, Literatura, Matemática, História, Geografia, Biologia,Química, Física, Ed. Artística, Ed. Física,Inglês,Religião. Uma gaveta pra cada coisa.Eu fiz Escola Normal. Tinha mais as didáticas.Didática de tudo.Francês, Latim.Filosofia, Sociologia,Psicologia.Esportes. Exigência da época. Não estava errado. Estávamos em curso. Era assim que devia ser.Pai mandava. Professor mandava. Aluno obedecia, ou fingia, mas fazia. 
Pra mim era tudo bom, só no colégio a gente se encontrava com toda a geração, amizades e namoros. Ir para o colégio era tudo.Tinha até reunião dançante. Como era bom ir para a escola, a gente aprendia cada coisa...Fora da sala de aula, mas dentro do colégio. Isso era a característica mais importante. Isso era bom.
Fora da escola, quem podia comprava a BARSA - uma enciclopédia que tinha tudo. Quem não tinha dinheiro, brincava de roda.Ou trabalhava. E assim era.O mundo jovem era dentro da escola. Mundo adolescente. Lá fora era vida de adulto.

Depois da TV, depois dos computadores, agora os celulares que têm TV e computador e enciclopédia, a ideia é "o que vou ser agora". Os adolescentes estão produzindo tudo de tudo. Olha o YOU TUBE. Olha os vídeos. Olha os robôs.O mundo é maior do que a escola. Aos dez  anos a criança já conhece mais do que os adultos do século, do milênio passado (eu, por exemplo).  Aos 14 ou 13, entra para o Ensino Médio e a criatura é obrigada a engolir tudo o que gosta e o que não gosta. Só que hoje não precisa mais. Na primeira oportunidade, o aluno se manda, tem um mundo melhor lá fora. Nem o professor  é mais um poço de sabedoria. O professor não tem um computador no cérebro. É gente. O professor é uma criatura que vive nesse novo mundo e também quer produzir conhecimento. Não é um robô. Também quer prazer no trabalho. A liberdade do aluno passa pela liberdade do professor.Professor dono do seu nariz, um professor especializado, que conduz, que desperta a curiosidade para as coisas realmente necessárias. Com seu arquivo pessoal e intransferível, com capacitação e - sonho nosso - salário digno.

Qualquer mudança na educação levava 10 anos pra cada vírgula; hoje, não pode demorar tudo isso. Com toda a tecnologia que temos nas mãos, as gavetas são abertas, é um contâiner compartilhado, num clic temos a informação e a  resposta. O ENEM abriu as comportas. Unificou o Brasil. Nosso país deixa de ser uma colcha de retalhos para ser uma aldeia global. O conhecimento é tudo.
Aqui volta uma exigência de todos os tempos. Precisamos do jovem na escola. Senão dentro da sala de aula, mas dentro da escola. E essa escola precisa ser cativante.
Vi,a poucos dias, uma Universidade  aumentando as áreas de convivência, salões, salas, cantinas, bares, parques. Dentro do campus. Pra que o aluno tenha prazer em ficar ali. Usar o computador junto com os outros jovens.Isso parece utopia para o Ensino Médio?  Não é. É projeto.
Perguntei pra minha colega também aposentada, professora de Educação Física, o que ela achava de sua disciplina não mais ser obrigatória. "É tudo que nós sempre quisemos, o aluno vem porque se sente bem. E hoje, com a exigência da atividade física para o bem estar do corpo e da estética, que os jovens tanto valorizam, teremos alunos e professores com mais foco e mais vontade. Mesmo com esse salário..." 
Qual é o professor que deseja alunos de má vontade na aula? Eu, professora de Literatura, tinha uma vontade de mandar sair quem quisesse fazer outra coisa, mas não podia. Minha colega de Artes pensava como eu, mas largava os poucos alunos que não se interessavam pro pátio...A diretora se escabelava...
Na estrutura da escola dos anos 90 era impensável ficar com disciplinas opcionais  no Ensino Médio; como montar os horários das aulas? Os alunos ficariam zanzando pelos pátios, incomodando nas outras aulas, ou querendo sair da escola, não havia ambientes livres - aliás, faltavam salas de aula, bibliotecas, quadras de esporte. Hoje falam tanto em educação que a coisa TEM que melhorar.Em todos os aspectos. Questão de sobrevivência.Se eu gosto demais de Artes, que eu quero da Física? Se eu adoro Biologia, por que Literatura? Tudo já está dentro de tudo...
Já existe a escola onde os alunos vão para a sala de aula que querem assistir. Escolher. Gostar. Ir por necessidade e vontade. O professor dono de seu espaço. É muito bom.Não cheguei a esse momento.Faltou pouco.Mas estou feliz por quem está aí.
  
Sem falar que as escolhas profissionais hoje são muito diferentes das que eu conheci. Cozinheiro? Nem morto,que vergonha,diria meu pai. Hoje, ser chef é demais. Teatro? Artista?Cantor? Modelo? Era coisa vergonhosa. Hoje, movem e comovem multidões.  E tem um palavra que nem existia na minha escola: ON-LINE. Profissões on-line.Milhares. Estão dando sustento pra muita gente. Já pensou em Gestor de Surf? Em Ecorrelações? Em Tecno DJ? Em Midialogia? São profissões, sabia? Estão aí. E quantas surgiram enquanto estou escrevendo. 
Os dinossauros são seres extintos. Estudar dinossauros é ciência. Hoje.Uma nova visão de entender o mundo.

Taí.  
Uma luz na boca do túnel, essa reforma do Ensino Médio.
E que venha rápido. Trazer o aluno pra dentro da escola.Meio caminho andado.  
O mundo virtual pode ser real.







quarta-feira, 21 de setembro de 2016

MEIO CHEIO, MEIO VAZIO


Sabe aquela visão do copo? 
O copo está meio vazio ou meio cheio?
Depende de quem vê, tem o quê, para quê. 

Não é a primeira vez que me acontece observar e ouvir e talvez interpretar, já com essa análise do cheio e do vazio. Tipo assim:

G1.globo.com


Chega uma colega sacudindo na mão o Tom, o bonequinho paralímpico. Trifeliz. Quase-cheia. Fala pra todo o grupo:
- Que coisa fantástica, essa Paralimpíada no Brasil. Mais de 5 mil atletas, as mais diversas modalidades, e nós aqui, do Brasil, com tudo isso, que exemplo...E que festa linda! Tanta gente compartilhando o resultado da superação.Tá todo mundo querendo fazer alguma coisa...
A colega chegara do Rio com uma lufada de alegria, de sentir toda a emoção dos participantes do evento paralímpico.
Aconteceu uma falação geral.Cada um queria contar de um esporte.A vontade de vencer.  O barulhinho da medalha.
Eu queria pegar o Tom, já tenho o Vinicius, o outro bonequinho Olímpico.
 Aquela frase de sempre, muito ouvida, "isso é pra gente repensar como o ser humano é capaz". Nosso momento era de pura constatação da vitória de tantas famílias.
E aí...
Aí, saltou o meio-vazio:
- Uma constatação muito triste. Só 5 mil. Quantos milhões de deficientes no mundo, e só 5 mil têm o privilégio de participar de uma paralimpíada. O Brasil não tem acessibilidade, e quanto de dinheiro roubaram pra fazer esse espetáculo pra gringo ver. E sem falar que as pessoas que foram aos jogos no  Rio de Janeiro devem ser cheias da grana, já viram quanto custa um dia no Rio? 

Pronto. Agora desinflou a alegria.
Tem mesmo é que ser infeliz,coitado.E ficar sozinho. 
O pessoal do grupo se olhou,um mal estar percorrendo o grupo, meio-assim,gente educada,engole a vontade de dar com o Tom na cabeça do meio-vazio, mas vai machucar o Tom? Deixa ele. 
Sabemos das dores do mundo.De nossas carências. Mas cada coisa na sua hora.A colega que participou com o filho da Paralimpíada beijou o bonequinho e me olhou como dizendo "Não dá bola". Agora, aconteceu uma Olimpíada e uma Paralimpíada no Brasil. Mais chance para os brasileiros conhecerem o mundo dos especiais. E foi emocionante. 


Que chato. Que vontade de excluir a pessoa.Sabe o gosto de fel? Deve ser o que a criatura tem sempre. Tenho pena. Gente assim nunca vai querer melhorar. Nunca vai ver um exemplo para puxar pra cima. O exemplo de praticar um esporte, de achar razões para continuar a luta, de saber que existe alguém que conseguiu...Isso ficou enterrado em um pessimismo político autodestrutivo.Não vai nos contagiar.Para aquela criatura, nada vai melhorar. Inclusive sua vida. 
            Se afaste, de-mal-com-a-vida. Seu copo está cada vez mais vazio.
Não venha desincher o nosso!Xô, satanás!



segunda-feira, 19 de setembro de 2016

NÃO PRECISAVA


encantocaboclo.com.br
Quem comeu Castanha-do-Pará, a castanha do Brasil? Umas sementes gostosas demais...Tão pequeninas e delicadas...Eu não conhecia a castanheira, nem sabia que a fruta era uma coisa dura e pesada que podia me deixar desmaiada...se caísse na minha cabeça. Ainda bem que agora sei como é; não precisa ficar embaixo da castanheira. Ou se ficar, muito cuidado.Mais seguro é ficar de longe, tem gente que sabe como me trazer as castanhas, sem que eu precise quebrar na minha cabeça.
Tem muita coisa que não precisa. Ficar embaixo da castanheira. 

Um incêndio que deixou em luto mais de 200 famílias, uma cidade;não precisava ter acontecido para começarem as medidas de segurança em locais públicos.Precisava de portas, as portas não existiam. 
Aviões que se chocam num espaço infinito, precisava? Erros humanos.Depois, providências. Depois de centenas de mortes. Não precisava.
Velocidade,o choque, acabou. Falhou o quê?Em que compartimento do cérebro estava a prudência? Ou não tinha registro?  Pecisava correr tanto?  Não precisava.
A dor no peito cortando, saio correndo para o posto de saúde mais próximo.Acho que é um infarto. Tomara que chegue a tempo. Cheguei. Pronto socorro. Não tem Pronto. Não tem médico. Não tem socorro. E agora? Morro. Não precisava.
Um rio encantador, que carrega vida para uma terra esturricada. Um rio,que deslumbra mais do que assusta.  Não precisava o ator morrer afogado de verdade. O perigo estava escondido. Não tinha aviso.Uma praia turística. Não precisava morrer.
Um piscar de olhos e a vida se vai...Precisava?Não precisava. 
SE...

A semente da castanha, a castanha, a castanheira. 
Quem vê só a semente não cuida da fruta, não conhece a árvore, não imagina a floresta. Quem quer a floresta se esquece da árvore.Da fruta. Da semente. 













segunda-feira, 12 de setembro de 2016

SOMBRAS&SOMBRAS



Já ouvi falar de gente que perde a sombra.
br.printerest.com


Tem muitas sombras na nossa vida.

Tem aquela sombra à frente, no chão que a gente pisa quando a luz vem de trás, é a sombra que se pode enxergar e dominar, a sombra que depende da nossa determinação, pode dançar como a música, imobilizar-se com o medo, fazer cruz ou voar, e que tentamos pular em cima, mas ela fica sempre à frente, é uma desbravadora de caminhos e destinos.Essa sombra depende de cada e única pessoa. E a gente sempre seguindo, sempre para a frente, pois se paramos, ela para também.É pra frente que se anda. Pra frente, que atrás vem gente.Como correr para pegar o futuro.

Tem uma outra sombra: quando a luz vem da frente; é a sombra  que vai atrás, que se alonga ou balança para a direita e para a esquerda, que faz tudo que a gente faz, sem a gente ver, não temos olho pra trás, já está feito o caminho, agora não pode mudar.Já foi traçado o trajeto,o passo já foi dado. O que está feito, está feito. E a sombra assim vai, depende do quanto de luz tiver na nossa frente, e quem busca a luz é a gente. A sombra nos acompanha atrás já passou.Não posso mais fazer nada.  Já foi. Já era. Mas a luz que está à frente, essa eu decido a intensidade.

Se a sombra que eu posso dominar depende da luz que eu não vejo, e a sombra que me persegue depende da luz que eu procuro, preciso cuidar das luzes.

Se não tem luz, não tem sombra.
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