A Mirinha está nas Filipinas. Arranjou um filipino
namorado/amigo/ficante, ainda não sei o que é, ela diz-que. No Chile, me deu tchau e se foi.
Isso em dezembro de 2014. Todos os dias me manda um recadinho:
”BELLA, tudo
maravilhoso!”
Eu fico preocupada, mas vem foto junto. Assim, eu continuo
acalmando os filhos dela. Antes, eles
vinham na minha casa, exigiam endereço da Mirinha, essas coisas. Agora, vez ou
outra, ligam pra saber News. Já estão gostando, passaram a bucha pras Filipinas. E
no fim do mês, eles ligam pra saber se sobrou grana na conta,pensam que eu
estou ficando com dinheiro, eu sou a
procuradora da Mirinha, pago cartões de crédito dela, pago as contas do
apartamento, faço transferência do que sobra. E ainda tenho que prestar conta
para os filhos. Desde que eles não tenham nada a pagar, ficam satisfeitos. É
como se a Mirinha estivesse numa clínica internada. Se eles vissem TODAS as
fotos,mas eu só libero as livres de censura. Brasileiros são bem recebidos em
qualquer lugar do mundo, mas como a Mirinha nas Filipinas, nem acredito, já
está enturmada, começando pela família do filipino – cujo nome é Ramón, um coroa que tem filhos, netos e nem sei quantos bisnetos, irmãos, sobrinhos, etc...Tudo
junto e misturado (isso eu escrevi semana passada, não publiquei por causa dos meninos dela).
Só hoje fiquei sabendo que não é namorado, é um amigo que foi embora há anos,tem família lá em Manila, e que é argentino(só faltava isso).
Mirinha está com saudade do Brasil, recém falamos pelo Skype, é de manhã cedo lá, ela abriu o jogo que eu já desconfiava:
"Bella, estou dando um tempo pra ver se acham falta de mim, mas parece que a família se esqueceu da velha".
Falei que estava errada,velha é detalhe, todo mundo me pergunta pela Mirinha, ela nos sacudia a vida. PORÉM, ela tem razão num aspecto: Família é um prato difícil de temperar (isso eu li num livro que a Mary me deu de aniversário). Os filhos não estão nem aí, se estivessem preocupados, mandavam a maluquinha voltar. Que o Ramón viesse também.Só que isso eu não falei. Apenas pensei. Ela já está cheia de grilos, era bem capaz de nunca mais mandar notícias. Sabe, aquela coisa de acharem que a gente aposentada é inútil? Bem assim. A gente já trabalhou mais que todos os anos de vida de qualquer dos filhos, trabalhamos mais de 50 anos, hoje estamos com 6.6, desde que não incomode já está de bom tamanho. Família é um prato difícil de preparar, é isso que diz no livro. Eu falei temperar porque tem que ter doses de paciência. Engolir sapo e achar bom. Tentei:
- Mirinha, tanto faz nas Filipinas como em Libres, vem pra Curitiba, a Rô vai te apertar os parafusos (a Rô é nossa psicóloga). Dia 10 recomeçam as aulas da Universidade. Sai hoje daí, viaja dois dias e chega no mesmo, fuso horário, vais chegar desfusada, dá tempo. Aquilo que escrevi que bom é "Jovem, rica, magra", não dá bola, eu estava deprê. Jovem é uma fatia de tempo que já comemos, magra é só parar de comer - e de beber - e rica, AMIGAAAA, temos nossa amizade, isso que é riqueza!
Não sei se a Mirinha vem. A vida ficou sem cor sem ela aqui. Em todo caso, fizemos cartazes e colamos no Face: VOLTA, MIRINHA!
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