Às vezes, a Mirinha me presenteia com algumas de suas mensagens. Até me surpreendo quando vêm essas "pérolas da Mirinha", que ela chama de "Fissuras da Mirinha - a abstinência de realidade".
Essa que eu registrei aí, ela leu pra mim, três da madrugada, um baita frio, eu no telefone feito boba, mas tive o bom senso de gravar tudo que ela falou. Começou assim, com uma canção do Zeca Baleiro de fundo: "Ando tão à flor da pele...qualquer beijo de novela me faz chorar"...
Quem procurou e achou (e perdeu?) a "metade da laranja", a " alma gêmea"? Quer dizer: sou uma fração! Dependo do outro, quero que essa "metade" goste do que eu gosto...Não ouço mais minhas músicas, gauchescas ou sertanejas ou pagodebolerovalsaou tango, porque a "pessoa" não gosta...Novela? Nem pensar, o controle da TV é dele. Sair com amigos, não pode! Visitar família, pra quê? E assim, a minha parte da laranja vai desaparecendo, já sou menos que um terço, um quarto, um sexto ou cesto de desilusão. E o amor se vai. Então, jogo a toalha. Não dá mais. A alma gêmea não era gêmea de verdade, nem os gêmeos univitelinos são iguais...E as pessoas resolvem viver sozinhas.
Eu tava triste, tristinha, mais sem graça que a topmodel magrela fora da passarela, então, fiquei ainda mais triste. Só um suicídio. Ou fechar os olhos e dormir. Tchau, Mirinha. Deu por hoje.
Amanhã, quem sabe, vou acordar com uma vontade louca de mandar flores...e beijar o português da padaria...
(E de encontrar outra metade da laranja).
( Trilha sonora de Zeca Baleiro)
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