Eu preciso ser feliz. A qualquer preço. Nem que para isso precise de uma pílula mágica que mexa diretamente no meu pedaço do cérebro responsável por sentir ou não sentir. principalmente, ficar sem sentir opressão, dor, tristeza. Hoje tem a Fluoxetina. Há alguns anos, Vallium, Prozac, Lexotan...quem não tomou? Antes, mais, vinha bem água de melissa, cidreira, maracujina...
Eu morro de medo da insônia. Fico acordada, silêncio da noite, os pensamentos invasivos, dali a pouco estou fazendo contas sobre quanto devo pagara e a grana não alcança,quanto mais não quero pensar, mais a dívida aumenta, de repente, já estou no banco pedindo um empréstimo...A coisa cresce, a madrugada aumenta o monstro, e se tem alguém na família doente, pior, já morre...Mas se eu tomar um remedinho, nada disso vai acontecer.
A cada dia surge uma droga ainda mais milagrosa, com ela posso ter o sono dos justos, o sonho dos anjos ou nenhum sonho, depende da boleta.
Pra que sofrer, se um bom psiquiatra, daqueles bem caro, resolve desde saldo bancário até o buraco no peito pela morte de alguém querido? Aquele remédio do congresso médico, com tudo pago, pode ser até nas Bahamas, eles voltam com as novidades...um Rivotril, ou Olcadil ou sei lá...já deve ter novidades, gotas mágicas, bolinhas coloridas, até uma picada pra apagar de vez...
É a eutanásia da dor... Mesmo que, com a morte da dor, também morra a nossa capacidade de sentir todo o resto.
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