Se não fosse a Mirinha, minha vida seria muito sem graça. Assuntos muito sérios, tragédias diárias, ando bem comportada, até a Bíblia estou lendo de novo.
Até que a Mirinha me telefona.
Telefonema da Mirinha é BOMBA!
Com certeza.
E sempre sobra pra mim...Lembram quando ela declarou "Sou Gay"e os filhos fizeram o maior escândalo? Levaram a Mirinha pra psicóloga, meio a força.
Então...Mirinha se apaixonou pela dita psicóloga. Toda terça, mesmo com chuva e trovoada
( sempre, todas as tardes, cidadezinha chuvedoura, esta Curitiba ), a Mirinha está lá, nem imagino o que ela fala pra outra...
Voltando ao telefonema, ou melhor, à BOMBA, o assunto agora não é mais os "Cinquenta Tons", a Mirinha leu todos da trilogia, ficava molhadinha e só falava no gostosão e nos dedos do gostosão...etc...ainda bem que criança não lê meu blog.
O assunto agora é a psicóloga e os filmes 1 e 2 De Pernas pro Ar, que ela me levou pra ver. Ver os filmes, não a psicóloga, essa é segredo e também é uma grana e não sei, a Mirinha volta muito animada! Só sei que desde que começaram as sessões ( da psicóloga), a Mirinha só fala em sexo. E depois dos filmes com Ingrid Guimarães e Maria Paula, o assunto são os brinquedinhos eróticos do filme.
- Bella, onde compro o octopussy da loja da Ingrid? Como se usa?Lembra? vendido em todo mundo, até pra gaúcha e índia... - a Mirinha, no telefone, quase uma da madruga, eu nem conseguia abrir o olho, quanto mais decodificar a mensagem...
- Mirinha, querida, isso é coisa de cinema, não tem na realidade, foi algo inventado para OS FILMES, pernas pro ar nesta hora não dá, amiga! Vai dormir, amanhã vamos de novo ao cinema, TÁ BOM?
- Mas eu estou apaixonada pelo coelhinho também! - a Mirinha quando quer uma coisa, fica muito chata.
- Deverias falar desses teus delírios com tua psicóloga, quem sabe ela te dá uns conselhos...- eu nunca fui fazer consultas, nem quero, Freud já dizia que tudo é sexo, e os parafusos da Mirinha desta vez se soltaram todos. Os parafusos e a libido...
- Tenho uma ideia: escrevo no twitter da Ingrid e peço a ela o endereço da loja que vende coelhinho - foi só o que me ocorreu, quem sabe Mirinha me deixa dormir...
(O coelho do filme é esse aí no lado, toda mulher que dorme com um desses, fica muito feliz...isso nos filmes.)
Acho que deu certo, minha amiga ficou calada. Um segundo apenas.
- Tenho até um nome pro meu coelhinho, vai se chamar Obama, não é lindo? Discreto, poderoso...
- Obama? Tá mais pra Detonador...( Quem viu o filme, sabe que toda mulher tem muitos orgasmos com esse ingênuo coelhinho).
Só quero ver onde ela vai esconder o brinquedo. Com a Páscoa chegando, o que todo mundo quer é um coelhinho animado...e bem dotado! Até eu!
Quem ainda não viu "De Pernas pro Ar - 1 e 2 ", não sabe o que está perdendo...
A vida começa aos 60 anos. ATUALIZANDO...a vida começa aos 74. Agora, já estou com 75. A pandemia do Corona Vírus passou. A COVID se transformou em doença, que precisamos tomar vacina todos os anos, o vírus se transformou em coisa igual sarampo. POR ENQUANTO, estou escrevendo, copiando crônicas que escrevi nesses tempos de estranheza numa realidade de idosa. QUANDO eu ficar velha, talvez não tenha vontade de escrever mais.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
A EUTANÁSIA DA DOR
Eu preciso ser feliz. A qualquer preço. Nem que para isso precise de uma pílula mágica que mexa diretamente no meu pedaço do cérebro responsável por sentir ou não sentir. principalmente, ficar sem sentir opressão, dor, tristeza. Hoje tem a Fluoxetina. Há alguns anos, Vallium, Prozac, Lexotan...quem não tomou? Antes, mais, vinha bem água de melissa, cidreira, maracujina...
Eu morro de medo da insônia. Fico acordada, silêncio da noite, os pensamentos invasivos, dali a pouco estou fazendo contas sobre quanto devo pagara e a grana não alcança,quanto mais não quero pensar, mais a dívida aumenta, de repente, já estou no banco pedindo um empréstimo...A coisa cresce, a madrugada aumenta o monstro, e se tem alguém na família doente, pior, já morre...Mas se eu tomar um remedinho, nada disso vai acontecer.
A cada dia surge uma droga ainda mais milagrosa, com ela posso ter o sono dos justos, o sonho dos anjos ou nenhum sonho, depende da boleta.
Pra que sofrer, se um bom psiquiatra, daqueles bem caro, resolve desde saldo bancário até o buraco no peito pela morte de alguém querido? Aquele remédio do congresso médico, com tudo pago, pode ser até nas Bahamas, eles voltam com as novidades...um Rivotril, ou Olcadil ou sei lá...já deve ter novidades, gotas mágicas, bolinhas coloridas, até uma picada pra apagar de vez...
É a eutanásia da dor... Mesmo que, com a morte da dor, também morra a nossa capacidade de sentir todo o resto.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
NA BOCA DO MONTE ou Uma Tragédia Engole a Outra
De volta ao Rio Grande do meu coração, depois de passar o melhor carnaval do mundo no Cassino, com meu marzão, vento e areia , churrasco na praia, amigos, parentes, uma grande festa, "me fui"pro centro do RS. De buzão, quase sete da tarde, quase chegando em Santa Maria, os outdors em branco com imensas letras pretas LUTO. O clima quente ficou pesado, uma cidade toda em luto. Santa Maria. Fevereiro de 2013. Duas semanas depois do dia 27 de janeiro. O choque não foi maior do que os dias seguintes. Cada momento de lembrança deságua nos olhos e aperta a garganta. Não sei quantos anos levaremos sentindo toda a dor da tragédia que levou mais de 200 sonhos e desejos de apenas uma noite de prazer. Quando tem gente nossa, a desgraça é maior. A dor coletiva oprime o peito, fiquei assim em 11 de setembro de 2001, pessoas muito queridas andavam por lá. O desastre da TAM, parentes de amigos. Naquele domingo, a TV mostrando o incêndio, eu em Curitiba,sobrinhos jovens em Santa Maria. Enquanto não ouvi a voz deles no telefone, quase morri de angústia, um desespero de medo. Presenciei uma cidade em LUTO. As imagens toda hora entrando em nossas mentes. Cada pessoa tinha alguém conhecido ou filho ou aluno ou colega que morreu na câmara de gás da boate, ou esmagado pelos próprios colegas. A tragédia ainda vai assombrar todo mundo por muito tempo. Pela eternidade, nas famílias que perderam seus jovens. Doeu muito essa minha visita a Santa Maria.
Mas a vida nos empurra para a frente, e as lembranças nos mandam para trás, e por muitos anos fiquei com um trauma cada vez que ouvia falar em Santa Maria. Acho que eu tinha 8 anos, lá por 1950... Podem dizer que foi uma bobagem de criança, mas doeu por muito tempo. Como pode...Foi assim: Minha família vinha de Uruguaiana para Porto Alegre, tudo na Kombi zero km, pai, mãe, 5 irmãos nos bancos de trás,fogão, panelas, bujão de gás, comida, tinha que cozinhar, uma ponte com sombra na estrada de chão, e dormir em Santa Maria, metade do caminho, pois a viagem durava dois dias.
Parentes Antunes do meu pai, ficamos na casa deles,acho que na Bozano, ficava numa das subidas e descidas, não é à toa que chamam Santa Maria da Boca do Monte. Então, noitinha, pra dar uma folga na casa dos parentes, meu pai contou uns pilas e deu pra minha irmã mais velha comprar sorvete, UMA bola pra cada. A sorveteria, duas quadras lá em cima, nós acostumados com a horizontalidade de Uruguaiana...Na volta, descendo a lomba, emocionada com a casquinha e a bola de sorvete de chocolate, tinha até pena de lamber a obra de arte. Tropecei, a bola voou longe. Esborrachou na calçada. Chorei demais. Ninguém me ajudou ou me ofereceu sequer uma lambidinha...Quem mandou ser abobada...Bem assim. Jurei que nunca mais voltaria naquela cidade. Durante anos odiei Santa Maria. Uma bola de sorvete. Uma grande perda para aquela criança. Por muito tempo sonhei com "aquela" bola de sorvete. Como odiei Santa Maria.Queria tanto que hoje a dor fosse por causa de uma bola de chocolate.
Mas a vida nos empurra para a frente, e as lembranças nos mandam para trás, e por muitos anos fiquei com um trauma cada vez que ouvia falar em Santa Maria. Acho que eu tinha 8 anos, lá por 1950... Podem dizer que foi uma bobagem de criança, mas doeu por muito tempo. Como pode...Foi assim: Minha família vinha de Uruguaiana para Porto Alegre, tudo na Kombi zero km, pai, mãe, 5 irmãos nos bancos de trás,fogão, panelas, bujão de gás, comida, tinha que cozinhar, uma ponte com sombra na estrada de chão, e dormir em Santa Maria, metade do caminho, pois a viagem durava dois dias.
Parentes Antunes do meu pai, ficamos na casa deles,acho que na Bozano, ficava numa das subidas e descidas, não é à toa que chamam Santa Maria da Boca do Monte. Então, noitinha, pra dar uma folga na casa dos parentes, meu pai contou uns pilas e deu pra minha irmã mais velha comprar sorvete, UMA bola pra cada. A sorveteria, duas quadras lá em cima, nós acostumados com a horizontalidade de Uruguaiana...Na volta, descendo a lomba, emocionada com a casquinha e a bola de sorvete de chocolate, tinha até pena de lamber a obra de arte. Tropecei, a bola voou longe. Esborrachou na calçada. Chorei demais. Ninguém me ajudou ou me ofereceu sequer uma lambidinha...Quem mandou ser abobada...Bem assim. Jurei que nunca mais voltaria naquela cidade. Durante anos odiei Santa Maria. Uma bola de sorvete. Uma grande perda para aquela criança. Por muito tempo sonhei com "aquela" bola de sorvete. Como odiei Santa Maria.Queria tanto que hoje a dor fosse por causa de uma bola de chocolate.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
SOMOS O QUE VIVEMOS
Meu filho andava por aí com a família. ( Tenho meus andarilhos, adoram sair por aí.)
Indonésia, Bali, um paraíso de águas transparentes e cultura muito diferente da nossa. Religião, miscelânea mais budista, em Bali, ainda com costumes muito antes de os ocidentais e muçulmanos chegarem na Indonésia, então, o povo muito diferente. Mas para meus netos, gente é gente, ela, minha THE FIRST, nascida em Connecticuc nos EUA e falando também português, ele, meu aussie, nascido em Sydney, crescido na Aus, meu filho e minha nora BRASILEIROS, que amam o Brasil todos eles, mas viajando por esse mundo de Deus e vendo cada coisa...
Hoje eu quero contar uma coisa que mexeu muito comigo, pois sou uma defensora de que a cultura é o que faz o Homem.
Meu neto, convivendo com os nativos de Bali, viu os gurizinhos como ele vendendo artesanatos, coisa que no RS tem os índios que também fazem o mesmo, só que não têm os dólares de turistas de Bali e artesanato mais rico; eles, os balineses, são muito mais antigos que nós.
Meu Felipe viu os meninos de Bali vendendo coisas aos turistas,imaginem tudo que existe em Bali, famosa pelos batiks, colares, mergulhos, móveis, comidas...
Sem muita conversa, pegou algumas conchas e cordas, fez colares e saiu a vender, assim como osamiguinhos balineses.
- How much? - perguntavam os turistas.
- Five dólar -e vinha a pechincha normal, tudo tem pechincha, faz parte - tá bem, pode ser one - e sorria, feliz pelo trabalho.
Que dizer dessa experiência? A vida como ela é. Em Bali.
Somos ou não resultado da cultura?
Falei pro meu filho:
- Quando ele voltar ao Brasil, vai querer fazer malabares nas sinaleiras, quem sabe vender balinhas de goma nas janelas de carros...
É tão bom sentir como as pessoas vivem!
Meus netinhos MB.
Preciso registrar essas histórias...
Indonésia, Bali, um paraíso de águas transparentes e cultura muito diferente da nossa. Religião, miscelânea mais budista, em Bali, ainda com costumes muito antes de os ocidentais e muçulmanos chegarem na Indonésia, então, o povo muito diferente. Mas para meus netos, gente é gente, ela, minha THE FIRST, nascida em Connecticuc nos EUA e falando também português, ele, meu aussie, nascido em Sydney, crescido na Aus, meu filho e minha nora BRASILEIROS, que amam o Brasil todos eles, mas viajando por esse mundo de Deus e vendo cada coisa...
Hoje eu quero contar uma coisa que mexeu muito comigo, pois sou uma defensora de que a cultura é o que faz o Homem.
Meu neto, convivendo com os nativos de Bali, viu os gurizinhos como ele vendendo artesanatos, coisa que no RS tem os índios que também fazem o mesmo, só que não têm os dólares de turistas de Bali e artesanato mais rico; eles, os balineses, são muito mais antigos que nós.
Sem muita conversa, pegou algumas conchas e cordas, fez colares e saiu a vender, assim como osamiguinhos balineses.
- How much? - perguntavam os turistas.
- Five dólar -e vinha a pechincha normal, tudo tem pechincha, faz parte - tá bem, pode ser one - e sorria, feliz pelo trabalho.
Que dizer dessa experiência? A vida como ela é. Em Bali.
Somos ou não resultado da cultura?
Falei pro meu filho:
- Quando ele voltar ao Brasil, vai querer fazer malabares nas sinaleiras, quem sabe vender balinhas de goma nas janelas de carros...
É tão bom sentir como as pessoas vivem!
Meus netinhos MB.
Preciso registrar essas histórias...
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