MINHA VIDA É UM PALCO

MINHA VIDA É UM PALCO
Somos como atores neste palco que é o mundo, as cenas são os dias e noites, e o roteiro quem escreve é a VIDA!A vida depois dos 60. É começar novo, novos horizontes, um mundo diferente e muito mais LEVE! A gente está sempre começando, sempre aprendendo...E aos 60 anos, a gente nasce de novo! A minha Infância da Maturidade! COMO SERÁ NOS 70?Na minha ADOLESCÊNCIA da Maturidade...CHEGUEI! Cheguei chegando imaginando a vida toda...70 ANOS! BÓRA LÁ QUE A VIDA TÁ PASSANDO!!!E até uma PANDEMIA!Nunca pensei ...De repente, ficar presa em casa, sozinha. Se sair, o CORONA VÍRUS pega. Horrível todo mundo sem se tocar.

domingo, 29 de abril de 2012

QUEM TEM BOCA VAI A ROMA ou " A MALDIÇÃO DO GOOGLE"

Hoje,  quem tem GPS vai a qualquer lugar. Quem não tem, procura no Google Maps "Como Chegar" e está ali o trajeto, o melhor roteiro pra ônibus, carro, carroça, bicicleta,avião, foguete... mostra até a frente do local desejado, quase dá pra entrar nas casas... Pois foi o que fiz, já que não tenho o GPS,  para ir até o Doce Encontro, no centro de Curitiba,  um encontro doce com minhas coleguinhas da hydro. A Inês veio até minha casa e dali, da Vila Izabel, Google na mão,  TODA ME ACHANDO, seguimos até a casa da Carmem,no Água Verde, eu tinha até a foto do prédio dela, tudo o Google me deu. Chovia a cântaros ( até hoje não entendo por que a cântaros, acho que ninguém mais sabe o que é cântaros ). Então: derramava água, verdadeiro dilúvio ( dilúvio também já está fora de moda). Foi aí que resolvemos ignorar o Google, as sabichonas, mais a Ana Lívia, nossa mascote da tarde: dobra aqui, vai por ali, já passei por aqui, olha o buraco, aqui eu sei tudo, passaste no vermelho, mas isso eu não conheço, essa rua não tem fim...e a motorista, aqui, mandando beijinhos aos que davam passagem... quando vimos estávamos indo pra São Paulo pela Castelo Branco! Não tinha UM retorno! Com a sensação de que jamais chegaríamos ao encontro, nem doce, nem salgado, nem chá, talvez janta, voltamos aos prímórdios da civilização: QUEM TEM BOCA VAI A ROMA !( melhor se for aos Altos da XV); entramos num posto desativado, perguntamos a um tiozinho que parecia saído do Sítio do Pica Pau Amarelo COMO VOLTAR, e ele nos indicou por onde. Simples, assim. Voltamos por uns lugares bem diferentes, voltas e mais voltas...Para completar nossa aventura, entramos contra-mão, milhões de carros surgindo de todos os lados e nós lá, com o pisca ligado, eu fazendo cara de  desculpe minha barbeiragem, e todo mundo dando sinal de luz, só faltou gritarem " PAMONHA". Chegamos à festinha com a cara que Deus nos deu! Disfarçando...Sem Comentários. Ainda bem que tinham nos deixado alguma coisa...Umas sobrinhas...Querem ver?
                                                                                 
Delícia, delícia, assim você me mata...
 Ai se te pego...
E pegamos...
Muito suco, café, capuccino,e grandes papos, uma tarde de
quinta-feira chuvosa e gostosa, pra lembrar...e engordar...


E foi um encontro doce! Com gostosuras e...travessuras!Até a próxima!

domingo, 22 de abril de 2012

COMO UM HOMEM SALVOU A MONARQUIA BRITÂNICA

Um filme que ganhou o Oscar: "O Discurso do Rei". Um livro que me surpreendeu - escrito por Mark Logue(neto do Lionel Logue - protagonista da história) e Peter Conradi (jornalista que deu linguagem dinâmica ao livro). Por que a minha surpresa?Pois é muito diferente do filme; sabemos que na adaptação para o cinema são necessários recursos, cenários, ação, tudo para a bendita BILHETERIA, afinal, tudo é comércio. Vi o filme. Gostei muito. A imagem da monarquia inglesa foi muito bem montada. Já no livro...muito mais fiel à realidade da realeza britânica. Já falei sobre " A Dama de Ferro" num blog anterior,  rainhas e príncipes  pouco apareceram no filme da Thatcher. Mas em "O Discurso do Rei" - o livro - dá para conhecermos a vida quase diária dessa tão fechada corte. Um príncipe gago,o Duque de York, precisava discursar, numa época em que o povo ouvia rádio e discursos em praça pública - até jornal era difícil . E não saía nada. Surge por indicação o Dr. Logue - que não era doutor, era terapeuta da fala. Australiano - e aí eu me encantei com a 1ª parte do livro - Lionel Logue nasceu em Adelaide! Conheço bem essa cidade, tenho gente muito querida lá, por isso, foi um grande prazer saber aspectos históricos, geográficos e sociais dessa cidade ao sul da Austrália. Isso me empurou para a leitura. Mas...Logue fazia experimentos como terapeuta da fala e com sucesso em curar gagueira, não havia aparelhos ou pesquisas médicas sobre o que diziam ser uma vergonha, uma doença da mente. Entretanto, a coisa não parecia tão grave para o Duque de York, ele era o segundo na fila pra ser rei - o irmão Edward não apenas era o sucessor do pai, o Rei George V, era também simpático, charmoso - e falava fluentemente! Só que esse Edward  foi rei por apenas 327 dias,carismático porém muito mulherengo e se apaixonou por uma americana casada...Impossível para um Rei. Preferiu abdicar e se mandar com a amada! Sobrou pra quem? Pro gaguinho...E foi aí que o quase famoso Lionel Logue se tornou a sombra do novo rei, as respectivas esposas mulheres de muita fibra atrás dos grandes homens , tudo deu certo, inclusive com uma II Grande Guerra para apimentar o reinado de George VI - que conseguiu fazer seus discursos depois de muito treino com o australiano. Vale a pena ler o livro, conta cada coisa da vida da Família Real Inglesa...Tudo documentado em diários, cartas entre o Rei e Logue. Até uma casinha com 23 quartos e sete banheiros Logue tinha em Londres. Intitulado de " o curandeiro que salvou o rei", num jornal de 1930, Logue foi muito mais: garantiu a coroa do Rei George VI, pai da princesa que se tornou Rainha Elizabeth II. Valeu a leitura. Meio chatinha, mas bem interessante. Monarquia. Fora de época. Mas... a realeza é o orgulho do United Kingdom! E GOD SAVE THE KING!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

PÃO COM BANHA

Interessante, diferente, uma nova experiência. Em plena quarta-feira, lá fomos nós a Nova Polska. Bem pertinho do centro de Curitiba, a colônia polonesa fica em Campo Magro, BR 277, pertinho de Campo Largo, 8 KM de Santa Felicidade. Pegamos o ônibus em frente ao Shopping Curitiba ( dois ônibus, com a Denise Excursões) e foi um passeio inesquecível. Pelas pessoas, mais que pelos lugares visitados.
 Que turma divertida, muitas colegas da hydro do Paraná Clube, e QUE DISPOSIÇÃO! Um turismo rural, com visitas a sítios com plantações de moranguinhos, alface, cebola, conhecendo pessoas que produzem pra nós, na cidade, podermos comer, conservas e geléias, e o trabalho com as flores, ainda muito novinhas, é uma atividade desgastante, mas eles são tão felizes e nos receberam tão bem! Um orquidário,muito grande,também visitamos. 
 Nova Polska( Nova Polônia ) funciona com restaurante  conservando a casa quase original, comida típica polaca - um bufê de encher os olhos - e a pança! Desde sopa de beterraba a pierogue, muito porco! e muita salada com repolho azedo e maçã agridoce-adoro!
Entre passeios de charrete com dois cavalos muito malucos - como correm, parecia que a carroça ia virar - a curtinha viagem de trenzinho puxado por trator e outro passeio numa chalana - tudo muito engraçado, simples, assim,  e tão divertido, pois a turma não tinha preguiça - nem todos, eu fiquei algum tempo descansando em caramanchões, ouvindo uma portuguesa cantar bem portuguesa, que emociona demais. Até piadas e até baile, com música bem polonesa! Nem  meu joelho estragado doeu...

Uma curiosidade e surpresa, quando fomos à matriz
 de Campo Largo, uma baita igreja com arquitetura
     moderníssima, acho que era de Conceição ou São Miguel, para visitar também o museu, tinha tanto carro e ônibus e...um carro funerário! Uma missa com corpo presente - e nós lá, descendo do ônibus, tagarelando, até enxergar o caixão - diz-que era de um pároco ( devia ter dado muito dinheiro pra igreja) de 84 anos,muito conhecido - tinha um monte de gente .Então, até velório assistimos...Igreja nunca falta, ainda mais nas colônias, o povo veio pro Brasil à procura de ouro e vida boa, mas tiveram que desmatar a facão para conseguir morar...
 A primeira coisa era construir uma igreja, onde tudo acontecia. Esses poloneses contaram que fugiram da guerra na Europa e aqui encontraram terra, trouxeram família e hoje muitos foram embora, mas ainda tem muita gente na colônia. Brava gente, que agora já é brasileira!Nova Polska, o restaurante-sede da bagunça - ficou bem marcado, histórias da família Antochevis,e um dia diferente em nossas vidas.
A cada dia, descubro pessoas com muitas histórias, gostaria de falar de cada uma, quem sabe...
 Pois são elas,  as pessoas...Um cientista-filósofo( todo cientista É filósofo) disse que "Não importa quanto você tem, importa QUEM você tem" . É por aí. Com pessoas de astral muito bom, estava tudo bem, as filas, nos perdemos na estrada, os borrachudos, nada tirou o bom humor. Numa próxima, com certeza, estaremos juntos.
MAS...E o pão com banha ? Faltou falar do Café da tarde...Tinha até o quê? PÃO COM BANHA!E foi só bagunça, lembranças de quando a gente levava de merenda pra escola pão com banha, e quem não tinha ficava morrendo de inveja!Eu maneirei mas comi! Eta, coisa boa!Banha temperada com torresmo! Ai, ai,ai, assim vocês me matam...
 
Mais fotitos...Não dá pra pôr todas.
 Poloneses, os nossos POLACOS ( antigamente, Polaco era pejorativo, depois do nosso Papa Polaco, ficou tudo bem) são um povo muito devoto que nos deu quem sabe o maior PAPA, João Paulo II - o Peregrino da Paz, vejam o lugar das orações como a avó dos atuais proprietários usava:
Não podia faltar o poço, agora desativado. Quanta água deu a essa família...
A casa pintada com cores fortes, muita flor, muito crepon...
                                                                            
                                                                     E o passeio de chalana...Tem peixe, pesca e paga!


Então tá...Até a próxima...


VIOLETAS

Nunca tive tempo para observar meus filhos pequenos fazerem as coisas de rotina. Anotar as palavras e frases e estórias do dia-a-dia. A minha rotina não permitia. Levantar todo mundo, todo mundo tomar café, todo mundo sair em cima da hora, escola, trabalho, essas coisas que fazem a vida. Nem me arrependo de nada, pois era necessário, hoje estão eles - os filhos - por aí, fazendo a mesma coisa. E sobra pra vó ter esse tempo sobrante, tão bem colocado pelo Papai-do-Céu, a vó que não tem mais o pique pra fazer tudo aquilo, e não precisa mais correr tanto, chegou a hora de ajudar o corre-corre dos filhos. Então, a filha com compromisso de trabalho, sobrou pra mim ter que pegar o neto na escola numa tarde e devolver no dia seguinte - um trabalho pra lá de prazeroso. E nesse outro dia, passamos no Mercadorama, eu e o neto,  para comprar uma florzinha - a mãe estava de aniversário. 
- Vovó, vamos combinar: é só uma florzinha! - ele já não quer mais saber de compras, já está muito grande, já tem 5 anos - CINCO!
- Tá, bom, mas vamos escolher uma bem baratinha - já fui avisando.
Ainda bem que as flores estavam novas, viçosas, o neto saiu direto às orquídeas.
- Essa não dá, é muito cara, e é muito exibida, qualquer coisa se quebra, é a mais cara...
- Vovó, ela parece que vai  pra festa!
- Te falei...É muito chic e MUITO cara! mas olha pra lá...Tem que ser de até dez reais...
Depois de uma breve e muito bem orientada pesquisa, eis que o neto vê as violetas. 6,96. Bom! Muito bom!
- Qual a cor? perguntei.
O guri olhou, pegou algumas caixinhas, violetas vermelhas, amarelas, azuis, ele escolheu uma lilás. Por sinal, muito nova, cheia de brotinho. 
- Por que essa? Perguntei.
- Está cheia de filhotinhos...Ele mostrou entre as florzinhas os brotinhos, ainda bem fechadinhos.
Saímos bem contentes, ele segurando a caixinha ornamentada com a violeta como se fosse um fino cristal. E assim foi na cadeirinha, no banco de trás, observando e perguntando e eu respondendo até o que não sabia sobre plantas, orquídeas e violetas. Na escola, avisei: "Não te esquece de dar a flor pra tua mãe, ela está de aniversário hoje". Quando minha filha foi, à tarde, buscar o guri,estava ele lá, com as violetas. Diz ela que ele foi até em casa com todo cuidado e deu algumas lições:
- Mamãe, você sabe? A orquídea é muito cara, nasce só depois de um ano, pode quebrar por qualquer coisa. Estas violetas são muito delicadas: precisam de água, mas bem pouquinho, se der muita água, vão morrer afogadas. Gostam muito de luz, mas não de sol forte, ficam muito queimadas. E precisam de ar, mas têm horror a vento. E tem mais: Olha só, quantos filhotinhos, vamos achar um lugar bem legal e cuidar bem deles!
Não sei bem se eu falei tudo isso. Mas é uma história pra mim. Uma lição: cuidado com as violetas e com o que se fala pra uma criança.

                                                  ( Segunda-feira:Começando a semana com a doçura do mundo!)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

SANTA SEXTA-FEIRA!



Hoje de manhã, na saída da Hydro no Paraná Clube, depois que a Profª Carol nos fez suar até transbordar a piscina, como sempre, ficamos "trocando ideias".Na verdade, aquele papo gostoso sem compromisso, numa véspera de Sexta-feira Santa. E puxando do fundo do baú,saiu cada coisa... Cada uma lembrando de como era a Sexta-feira Santa da Paixão de Cristo - isso mesmo- e os mais novos ouvindo de boca aberta, nem acreditando, nem desacreditando...Pois bem, vamos ao Dèja Vu, ou reminiscências...Na Sexta-feira Santa, não se podia abrir a casa, nem varrer, pentear os cabelos de jeito nenhum, falar alto não podia, melhor nem falar; rádio, música, nananinanão...Tudo era pecado, afinal, era o dia em que Jesus morria às 3 da tarde, sofrendo por nós pregado na cruz, e o diabo - ele mesmo, o DIABO, o SATANÁS,  O COISA RUIM, o DEMÔNIO ficava solto, tentando, tentando,...até o Domingo de Páscoa! Comer? Só peixe, sardinha, bacalhau, nada que tivesse sangue vermelho! Lá na fronteira, na Uruguaiana Grande, a gente ia pra fora, e era bem bom, pois tinha que matar as cobras e colher maçanilha,a florzinha amarela, acompanhadas, claro, dos namorados e namoradas...como dava trabalho, até se perdiam pelos matos...
Chegava o sábado. SÁBADO DE ALELUIA. A gurisada acordava apanhando, tinha que "tirar o diabo do corpo", papai e mamãe aproveitavam pra bater MESMO, palmada, varinha de marmelo, essas delicadezas...Então a gente enforcava o Judas, os adultos faziam um boneco bem grande cheio de sementes( não existia isopor), o boneco ficava lá, penduradinho pelo pescoço,numa corda, e era pau e pau, todo mundo batia muito no Judas, o traidor do Jesus. No final, jogava gasolina (é, gasolina mesmo!) e 'tacava" fogo no Judas.( Hoje, seríamos presos TODOS: os pais, por baterem nos filhos e nós, por liquidarmos com o judas daquele jeito, uma violência!)MAS ERA MUITO DIVERTIDO, sem essa de politicamente correto.Mistura de crença e diversão.Tradição ou convenção cheias de significados.

Enfim, chegava o esperado, o DOMINGO DE PÁSCOA: Jesus vivia de novo, cestinha com ovinhos, e dá-le churrasco...Grandes festas ao Senhor Ressuscitado e a todos nós, mortais loucos de fome e loucos pra sair da bendita quaresma...Ninguém questionava se era coisa de comércio, se era invenção da igreja...Simplesmente, ERA assim.

UMA FELIZ PÁSCOA PRA TODOS NÓS!