MINHA VIDA É UM PALCO

MINHA VIDA É UM PALCO
Somos como atores neste palco que é o mundo, as cenas são os dias e noites, e o roteiro quem escreve é a VIDA!A vida depois dos 60. É começar novo, novos horizontes, um mundo diferente e muito mais LEVE! A gente está sempre começando, sempre aprendendo...E aos 60 anos, a gente nasce de novo! A minha Infância da Maturidade! COMO SERÁ NOS 70?Na minha ADOLESCÊNCIA da Maturidade...CHEGUEI! Cheguei chegando imaginando a vida toda...70 ANOS! BÓRA LÁ QUE A VIDA TÁ PASSANDO!!!E até uma PANDEMIA!Nunca pensei ...De repente, ficar presa em casa, sozinha. Se sair, o CORONA VÍRUS pega. Horrível todo mundo sem se tocar.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

CADEIA ALIMENTAR

Todo mundo faz piada com sogra. Poucos falam dos cunhados e cunhadas, mas tem uma piadinha bem pequenininha que diz: " Se cunhado ou cunhada fosse bom, não começava com..." E para um dia de chuvarada, como hoje, a Mirinha me ligou e ficou horas lembrando...
" A mesma mãe, o mesmo pai, a mesma mesa e a mesma comida - família - o almoço uma festa e uma batalha: o bife maior( sempre tem um mimoso), a sobrecoxa( tem 2, a outra é da tia), o ovo da salada, tem mais coca no teu copo, coisas de irmãos - só quem tem irmãos entende - o pai que se garante, dá uma xingada em cada um, "vamos comer em silêncio", a mãe sempre trazendo a melhor parte para o pai, na sobremesa já está todo mundo rindo, brincando,contando as peripécias do dia,  assim a família tradicional. E os irmãos crescendo com tudo que é direito, brigas só entre eles, se algum estranho se mete, leva mesmo,    " com meu irmão ninguém se mete", "na minha irmã ninguém mete a mão", um código não escrito e respeitado, um amor diferente, de sangue, de união. Um dia... eis que chega um rapaz ou uma moça - um homem ou uma mulher - e o irmão ou irmã não é mais o mesmo nem a mesma. Até a mãe querida vira sogra. O sogro é respeitado, se é do tipo durão. Mas tem os domingos, os aniversários, o Natal, o Carnaval, todo mundo junto, aquelas pessoas que chegam aos poucos, famílias diferentes, não participaram das brincadeiras de criança, aquele bebezinho que a irmã cuidava, o porre do irmão que a mana escondeu dos pais, e... parece que todo mundo esquece...O que vale é aquele amor novo, sexual, que gruda o irmão com aquela estranha, a irmã se derretendo para o estranho,  parecem bichinhos comprados por donos ferozes...Enquanto mamãe e papai estavam vivos, ainda tinha uma união, ou reunião, mesma casa, mesma mesa,  de vez em quando. Quando mamãe e papai se cristalizaram, as brigas por coisas materiais separaram ainda mais todo mundo. Agora, todos na faixa dos 50 acima, estão de novo se amando. Tanta bobagem, o tempo passou e apagou aquele momento da separação de irmãos. Cada um querendo mostrar os netos...Doenças assustando..."
A Mirinha tem cada uma...
Mirinha, não te preocupa, a vida é isso aí...Os teus queridos irmãos e irmãs, cunhados e cunhadas, ( a família da Mirinha é grande) estão hoje vivendo o papel de sogro e sogra - e sentindo na pele o que os pais passaram. É uma roda-viva, querida.
Na verdade, é uma CADEIA ALIMENTAR.

sábado, 27 de agosto de 2011

COISA DE CRIANÇA 2

Outra de aposentada...

A Ana Flávia, aos 5 anos,  todo dia que passava na casa dos avós no Cassino ficava deslumbrada por eles acordarem a hora que quisessem, passeavam, cozinhavam coisas gostosas, brincavam muito com ela, viam Tv, já aposentados, essas coisas de quem trabalhou uma vida toda e agora só quer ficar no bembom, bem diferente da vida com a mãe, levantar cedo todo dia, sair para a escola, a mãe voltando do trabalho, resmungando "hoje o dia foi pra matar", essas coisas de quem é jovem e que precisa batalhar pelo pão de todo dia e outras cositas mais...
Na volta das férias, na escola, a professora perguntava:
- Joãozinho, o que queres ser quando crescer?
- Bombeiro - respondeu Joãozinho.
Assim foi, até chegar a vez da guria.
- Ana Flávia, o que queres ser quando crescer?
- Ora, professora, é claro que eu quero ser APOSENTADA!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

COISA DE CRIANÇA -1

As crianças fazem e dizem cada coisa... Hoje vou registrar de um guri chamado Vinicius - assim, sem acento e sem apelido. A vó estava na casa dele, bem sentada na sala, as pernas apoiadas num banquinho. A mãe do Vinicius, filha da velha, diz:
- Vamos fazer umas sfihas para a noite?
- Não posso fazer nada - disse a velha - estou aposentada.
- Mãe, o que é "aposentada"?- o guri de três anos ouviu a nova palavra.
- Aposentada é não fazer mais nada - respondeu a mãe. - Tua avó já trabalhou demais nesta vida, agora, nem sfiha quer fazer, com todo direito!
       Passou-se a tarde, antes do jantar, à noite, sem sfiha, a mãe chamou:
- Gente, a comida está na mesa. Vinicius, arruma a bagunça do teu quarto, guarda todos os  brinquedos.
- Não posso, mamãe.
- Mas, por quê? - perguntou a mãe, já pronta pra xingar o guri.
Foi então que o Vinicius saiu com essa:
- É que eu estou aposentado!

                                      

terça-feira, 23 de agosto de 2011

PAZ SEM VOZ É MEDO

A campanha contra
a violência no Paraná está com um chamado que sacudiu a sociedade. Quem pode ficar sem
refletir sobre o papel de cada um na defesa dos direitos do cidadão?
Grades nas portas, portões, janelas; câmeras vigiando todos os nossos passos, trajetos; trancar o carro, desconfiar de tudo e de todos; segurar a bolsa bem apertada ao corpo...desistir do programa à noite, é perigoso. Pais chorando a morte dos jovens que se aventuram a ter apenas diversão e encontram a morte.
Hoje vi um ator de novelas falando do que aconteceu com ele, que se escondeu com vergonha de
assumir os problemas, um silêncio que quase acabou com ele.
E me lembrei de um poema quando eu estudava na faculdade - e faz anos - tudo a ver com essa campanha, cito versos esparsos para não cansar:
" A primeira vez, entraram no meu jardim e roubaram minha rosa. Eu não falei nada.
Entraram na minha casa e mataram meu cachorro. Eu nada falei.
Entraram na minha casa e, por eu calar, roubaram minhas coisas.
.................................................................
E por nada falar, um dia roubaram a minha voz."
Era Mayakovski, uma época de ditadura, que só acabou quando caras pintadas gritaram por liberdade.
Agora é nossa vez de gritar: é a nossa VOZ!
NÃO à relativização da violência, de achar "que não adianta". 
 INDIGNAR-SE contra a desonestidade dos nossos representantes, e não aceitar que "não adianta".
Os valores, os exemplos que nossa juventude vivencia são nossa responsabilidade.
SEM MEDO!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

INDIO BRAVO

Eu tenho um irmão. Chamava-se "Indio Bravo". Lindo, forte, inteligente, muito parecido comigo na parte pedagógica, a arte de ensinar. Ensinava tudo que prestava e que não prestava para meu filho, poucos anos de diferença, e para as minhas filhas - mais anos - coisas consideráveis nas ciências, mas suspeitas, pois pegava as amigas delas, colegas de ROTARACT, um clube de serviço. Meu marido sempre desconfiou desses clubes,não gostava, eu achava tão chic, o máximo!
Então, meu irmão sempre quis ser IGUALZITO AO PAI, mas falta gás. Amanhã o INDIO BRAVO  vai lutar box, tem quase 50 anos? Quem leu meu blog, sabe que meu pai lutava box. Até dia em que foi a Paso de Los Libres para uma marmelada. Devia lutar até 3º round, quando DERRUBARIA o adversário com um soco. Tudo certo e combinado, o meu pai, ADÃO, era muiiiiiiiiito bom!Mas no 1º round, o argentino ( FDP) rebentou o ADÃO, foi campeão, e meu pai voltou pra casa, pregou um prego bem grande na parede do escritório, e pendurou as chuteiras.Melhor: as luvas! Daí...amanhã, será um outro dia... Uruguaiana está em choque...OLAVO BELLAGAMBA VAI LUTAR!!!!!IPIURRA!!!!!!!!!!!!
ps.: se ele ganhar, vou chamá-lo novamente de INDIO BRAVO. SE ELE ganhar...ÓIA NÓIS TRÊS AÍ!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A MÁGICA DO INSTANTE

Uma amiga me mandou uma mensagem que me trouxe lembranças de uma crônica que escrevi não-sei-quando, uma árvore de amigos.A minha árvore de hoje estava encharcada, muita chuva, não rola inspiração nem vontade de escrever, então é comida e bebida - comida é pasto, bebida é água - minha árvore engorda e brotam folhas até onde não deve. Uma das frases muito repetidas, "cada um que passa em nossa vida deixa algo e leva também alguma coisa de nós"; outra, é que "cada pessoa é única", clone é coisa de novela - e da ciência. E quanto às árvores, olhem e analisem: tem cada uma...
Elas, as de verdades, são peculiares, sensacionais, aterradoras,amigas, perigosas, apaixonantes, antigas, frágeis, poderosas... Mas a comparação é com GENTE. 
Sem dúvida, o tronco - a família - é a base da nossa árvore. Mas cada um de nós também é tronco. Tenho uma cunhada que chama a outra cunhada de tronco. Ela não gosta. Acha que tronco é uma coisa muito cansativa. Imagina, ter todo o peso de galhos e folhas e frutos, e quando inventam de  cortar a árvore, como é que fica? Ou quebrar o galho... Comer a fruta - antes da hora... As folhas são insensatas, elas se movimentam de acordo com a estação, quando tudo é sol, dinheiro, saúde, e festa, tudo bem bonito, as folhas surgem viçosas e muitas, é só chegar um friozinho ou uma doença, ou falta grana, a coisa fica feia, tudo voa pra longe, pra adubar outro tronco mais jovem, mais rico, mais importante, mais saudável. 
Por isso o que vale mesmo é A MÁGICA DO INSTANTE. É curtir o momento seja qual for, é muito sem graça ter somente a festa com comida e bebida. É diferente e muito bom curtir o pasto e a água, de vez em quando aquela dorzinha da falta, e vem a saudade do algo que aquela pessoa deixou e de alguma coisa que levou. Duas Almas. A MÁGICA DO INSTANTE. De Alceu Wamosy, poeta uruguaianense, início do século XX, um soneto que diz tudo. Desculpem se não for bem,bem, veio só da memória.Não é nostalgia, não. É viver a mágica deste instante de poesia.

                                                  Duas Almas
                                                                 Alceu Wamosy

Oh! Tu que vens de longe...Oh! Tu que vens cansada
Entra, e sob este teto encontrarás carinho
Eu vivo tão sozinho e nunca fui amado
Vives sozinha sempre e nunca foste amada

A neve anda a branquear lividamente a estrada
E a minha alcova tem a tepidez de um ninho
Entra, ao menos, até que as curvas do caminho
Se banhem no esplendor nascente da  alvorada

E quando a luz do sol dourar esta estrada
Sem fim, deserta,  imensa e nua
Podes partir de novo, ó nomade formosa

Já não serei tão só, nem irás tão sozinha
Há de ficar comigo uma saudade tua,
Hás de levar contigo uma saudade minha.

Então... É a MAGICA DO INSTANTE
Por anos, décadas, séculos, a idéia é a mesma: o momento, duas almas, a poesia é o alimento das almas. A MAGIA DO INSTANTE. Quem sabe identificar cada segundo, é muito, muito feliz. Quantos galhos, quantas folhas, quantas frutas, quantas árvores...
Duas Almas. TUDO A VER... A CADA INSTANTE, TUDO PODE MUDAR... ( isso dizem na TV e na rádio - pois é verdade, daí...)

FRONDOSA - Quem não tem uma dessas? Sombra, abrigo pra todo mundo...
LINDA! A beleza é tão passageira...

SAFADA - Deixou instantes tórridos...

ATERRRADORA - Sem dúvida, respeitável.




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BELEZA APRISIONADA -  É. Sufocada pelo amor...