Era uma vez uma família comum com pai, mãe e filho e cachorro. Moravam numa casa que parecia um trem, uma porta e uma janela na frente, um corredor compriiiiiiido, as peças uma atrás - ou na frente - da outra. Tinha até uma piscina comppriiiiida no pátio compriiiido, ainda bem, pois o pai também era compriiiiido.Tinha um porão embaixo da última - ou primeira - peça, a cozinha. Uma escada e ali estava o porão, a porta embaixo da escada, um porão que tinha as paredes todas cobertas por latas vazias de Nanon. Nanom era um leite em pó, que o filho tinha tomado durante 18 meses, muito caro o Nanom, mas o filho era um bebezão lindo, a mãe desconfiou quando ele nasceu, parecia que não era filho dela e do marido, um bebê muito loiro, com olhos muito azuis, mais bonito que o filho da coruja. O pai quase se fundiu comprando leite em lata, a mãe não tinha. E agora, ela estava grávida, de novo, esperando pra todos os dias. Não sabia se seria outro guri ou uma guria, tomara que fosse, assim podia ficar por ali mesmo. A mãe tinha visto o filme " O Bebê de Rosemery" e tinha medo que nascesse um diabo. Mas não. Nasceu uma guria. Um outro susto: um bebê tão loiro quanto o primeiro, lindo, mas os olhos, uns olhos muito, muiiiiiiiiiito grandes, verdes, e ficava olhando para a mãe. Gruschenka. É a Gruschenka - falou a mãe. Foi um escândalo no quarto do hospital, no saguão, tias, avós, primos, todo mundo apavorado.Nunca tinham ouvido esse nome. Nem tinham lido "Os Irmãos Karamazov", de Dostoievsky.A mãe começou a ter um troço, pulava na cama como a menina do exorcista para ver se registravam a Gruschenka de Gruschenka, o pai até achava que estava possuída. Não adiantou nem o chilique. Decidido. A criança não se chamaria Gruschenka. A mãe teve que se conformar. Até que não foi ruim, mas puseram um nome na guria de olhão verde que ainda dá confusão: Denise? Marise? não, é Nize. Enize? Não, Nize. Viu? Se fosse Gruschenka, ninguém ia se confundir. Enfim...não é Gruschenka, mas é uma pessoa muito especial, filha, companheira, irmã irmã irmã...parceira, sensível, braba, mãe mãe mãe, mulher, professora...13 de abril. O segundo maior presente da mulher que queria que a filha se chamasse Gruschenka.
A vida começa aos 60 anos. ATUALIZANDO...a vida começa aos 74. Agora, já estou com 75. A pandemia do Corona Vírus passou. A COVID se transformou em doença, que precisamos tomar vacina todos os anos, o vírus se transformou em coisa igual sarampo. POR ENQUANTO, estou escrevendo, copiando crônicas que escrevi nesses tempos de estranheza numa realidade de idosa. QUANDO eu ficar velha, talvez não tenha vontade de escrever mais.
Bahhhh...... e eu sempre pensei que era "bruchenka"... por isso q ria tanto... o tolo ri até de si. te mete... dostoyevski... toma.
ResponderExcluirô, ÉNize, dá tempo de mudar... não tá a fim? O juiz vai deixar... kkkk...
Bueno... FELIZ ANIVERSARIO, PRIMA! É irmã irmã irmã... é braba é braba é braba... kkk...
Seja muito feliz!!! Grande abraço nosso!
obs: lembro bem da casa-trem. Na 15. E tinha uma mini, preferida do tio, q tinha 15cm e andava de salto 15 imaginário pela casa... durou tempos aquela fase. queria ser da altura do pai... dificil alcançar tudo aquilo. e o guri nanon era o irmão-zacaré. o tempo voa.
Braba é pouco! Mas só irmã é pouco demais!
ResponderExcluirkkkkk muito braba!
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