Um momento pra rir, outro pra chorar. E assim estamos em 2023.
Rezar.
Duas amigas com câncer. Uma em Curitiba, outra em Porto Alegre. Uma doença assustadora. Ninguém sabe o que vai acontecer. Uma outra amiga com um netinho em Portugal, com o intestino sem funcionar, hospitalizado, diagnóstico confuso. Mensagens de oração, só o que podemos fazer neste momento, cada uma em sua casa, eu na minha, sozinha, pensando. E também rezando, às vezes para dar sentido à vida. Quando estamos em festa, ficamos eufóricas, movimento, roupa, cabelo, casa, imaginação para ficar tudo bonito, preparação, eu tenho ação.
Tudo desaba quando eu me deparo com doença. Impotência. PARALISO. Pode ser aqui ou na Austrália. Meu cérebro congela. Me fecho no meu quarto, procuro pensar em outra coisa. Confiança na medicina que prepara médicos. Mas e se...
SE. Esperar. Até quando? Não sei. Esse SE está num diagnóstico. Não imaginar.
A Fugacidade da Vida. Muito se diz sobre o tema.
Esperar.
CURITIBA, Março de 2023.
A VIDA DEPOIS
A vida depois dos 70 é uma coisa.
Depois de uma PANDEMIA mortífera é PARTE da coisa, parte do TUDO.
O todo sem a parte, não é todo. Se a parte não compõe o todo, é a parte ou é o todo?
Foi o poeta. Sábio. Pode ser Filosofia.
Dia 1º de março de 2023. Primeiro dia SE houver o segundo.
Senão, será o único.
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Depois do segundo dia, quarta-feira, veio o terceiro. Quinta. Entre doentes, curados e sadios, só não se salvaram os que morreram.
Vida estranha. Tudo sobe, a confusão está instituída, as frutas da estação não sabem em que estação estão, o clima tão esquisito, o Planeta da Vida Estranha.
Nada de novidade depois dos 70.
As crianças continuam iluminando nossos dias. É o novo.
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Terceiro dia. Quinta-feira.
Os BITCOINS dizem que estão lucrando 1.000%.
Eu não entendo de bitcoin. E tu?
Vou me informar.
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Quarto dia. Chegou meu livro que comprei pela Internet. Internet com T maiúsculo,
Foi quem entrou em todas as casas com a Pandemia. Só ter um cartão e clicar. E um celular. Simples, assim. Não preciso sair de casa para comprar o livro, comprar um helicóptero, comprar um cachorro, e ainda, é mais barato.
Escrito por Rafa Brites (?), "A Síndrome da Impostora". É o assunto de segunda , na aula das Gatas. Mais uma síndrome, para explicar os sentimentos, é um sentimento estranho, mas comum: Eu não sou boa o suficiente. Ou melhor: se eu for uma merda, eu não SOU uma merda; eu PENSO que sou.
Caso pra psicólogos.
PENSO, LOGO, EXISTO. Então, não sou uma merda.
Só tenho o complexo dos brasileiros. Vira-lata. Outra síndrome(?).
Precisamos de psicólogos. AS.
Hoje é sexta, sextou. Desculpa para beber.
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Sábado chega sem graça . Ainda bem que fui à BPP - Biblioteca Pública do Paraná - e trouxe 3 livros. Os 3 que vão ficar comigo sábado e Domingo.
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Domingo. Sexto Dia de Março. será segunda-feira.
Até missa fui. Mas não tinha só com gente com mais de 70. Acho que a missa das 18 tem poucos idosos pois está anoitecendo cedo e velho não gosta de sair à noite. Até gosta, mas é perigoso. Tem lobisomem.
Muitos jovens, casais com crianças, achei lindo. Padre novo na Vila Izabel, aliás, Igreja Santa Izabel. A única novidade é que a igreja precisa de dinheiro pois está caindo para a direita, CUIDADO, Não é a direita política. Ou é? Até olhei a abóboda ( a coisa redonda, o teto redondo). Está, sim, rachando na base à direita. CAPICE? O padre novo que se vire.
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SEGUNDA-FEIRA
06/03/2023
Dia de Festa.
Aula das Gatas.
As colegas no dia presentes: Eliane, Yeda, Edith, Liana, Olga e eu. Tive que assumir a regência. Cafezinho,torta fria, doce chifon,coca e água. A Síndrome da Impostora, o assunto a ser estudado. A gente tem só um pouco. Parece até o complexo do Viralata. A pessoa acha que não é o que os outros estão exaltando. Ela é inteligente, notável, é promovida ao mais alto cargo, mas no íntimo pensa: Eu não sou isso, eu não mereço tudo.
Eu já passei por essa. Achei que estava fazendo muito sucesso. E que não merecia. Até o dia em que caiu a ficha. Eu era boa, muito boa.
E assim, cada uma de nós, cada Gata, foi analisando e se auto analisando e analisando uma amiga de uma amiga que também tem essa síndrome. E também tem um parente, um amigo, alguém conhecido que também se auto sabota, e como tem gente neste mundo que passa por essa síndrome e não sabe. Um psicólogo bem que resolveria, um terapeuta, alguém com conhecimento. Um sofrimento a menos na vida.
Agora, chegaram JR e Lucínia para começarmos o mexemexe, um jogo de cartas que atiça a memória e a atenção, e é muito divertido.
Lamento que a Neiva não pode vir, está no bucomaxifacial. Dentista. Horror, tadinha...Só em falar me dá arrepios.
SÉTIMO DIA
Jesus ressuscitou ao sétimo dia? Não, foi no terceiro...É um dia bíblico, sétimo dia...
Novas amigas na hidroginástica. Acho que todas as setentenárias deviam fazer hidro. á água, todo mundo fica igual. Tem dias em que o bom humor é decisivo. Fiz duas aulas, duas turmas diferente, ADORO conhecer gentes. Assuntos que nem imaginamos.E, para mim, analisar pessoas é um exercício de terapia. Um universo em cada criatura deste mundo tão engraçado.
Dentro d´água é melhor ainda.
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