MINHA VIDA É UM PALCO

MINHA VIDA É UM PALCO
Somos como atores neste palco que é o mundo, as cenas são os dias e noites, e o roteiro quem escreve é a VIDA!A vida depois dos 60. É começar novo, novos horizontes, um mundo diferente e muito mais LEVE! A gente está sempre começando, sempre aprendendo...E aos 60 anos, a gente nasce de novo! A minha Infância da Maturidade! COMO SERÁ NOS 70?Na minha ADOLESCÊNCIA da Maturidade...CHEGUEI! Cheguei chegando imaginando a vida toda...70 ANOS! BÓRA LÁ QUE A VIDA TÁ PASSANDO!!!E até uma PANDEMIA!Nunca pensei ...De repente, ficar presa em casa, sozinha. Se sair, o CORONA VÍRUS pega. Horrível todo mundo sem se tocar.

sábado, 18 de abril de 2020

IDOSA SAFADINHA


Awebic-Autossabotagem espiritual
Bem quietinha, em casa, ganhando tudo na frente da porta, nunca fui tão paparicada. Só no celular. Não tem mais o que fazer, vou fazer sfiha  que é a popular esfirra e a minha é boa. Todo mundo diz.
Tem tudo em casa. NÃO!!! Falta fermento.Pedir pros filhos trazerem fermento, que abuso. Mas eu quero fazer sfiha agora.
  Não sou doente, nem diabética sou mais. Joelhos doem às vezes, mas isso não é doença.Tenho 71 anos. Estou sem febre, sem tosse, fiz um monte de máscaras, lavei 553 vezes as mãos, gastei 3 litros de álcool gel, bem alimentada - até demais - nem rinite eu tenho, o que é marca registrada de Curitiba. Banho, cabelo com secador, brinco, batom não dá pois suja a máscara, perfume, roupa de passear, não levo bolsa,muito grande,  o cartão vai no bolso. Acho que dá pra ir correndo no super (aqui em Curitiba é Mercado).Sou eu que dirijo, o Gordinho é só meu, tem álcool gel no carro. Desço no elevador apertando o botão com a ponta da chave. Rezo pra encontrar ninguém. E que não tenha muito carro lá.
No estacionamento do super procuro um lugar de não-idoso, pra não chamar atenção. Tem pouca gente nesse horário, Entro disfarçando, de máscara e óculos escuros, caminho toda empertigada, cuidando pra não renguear. Seguro o carrinho depois de lambuzar de álcool gel. Pouca gente, vou aproveitar e pegar cacetinho, manteiga, batatinha e  cocazero . E fermento.
Tinha uns funcionários sem máscara repondo as gôndolas, uns clientes no açougue muito juntos, fui pro caixa com vontade de dar mais umas voltas, mas eu me comportei. Vou fazer uma reclamação. Como pode ter funcionários sem máscaras? E não tinha marcas de distanciamento no açougue.
Paguei as compras, passando álcool nas sacolas. Olhei a recepção. Vou reclamar.
Mas... Uma luz me acendeu, parei por segundo, e se?
 E SE me disserem: - O QUE A SENHORA ESTÁ FAZENDO AQUI? Sabe que IDOSA é do grupo de risco?
Eu posso dizer:- Moço, o Trump tem 73 e faz essa bagunça no mundo, eu só vim pegar fermento.
Mas não disse nada. Meti o rabo entre as pernas e me mandei.
Cheguei em casa, tirei sapato na porta, tomei banho, nem fiz mais nada.
Não contei nada pra ninguém que fui ao super. Esse segredo vai pro inferno.
Me senti uma idosa sem vergonha. Safadinha.
Nunca mais.
Juro que nunca mais.


quinta-feira, 2 de abril de 2020

MOMENTOS FELIZES DEPOIS DOS 70




"A felicidade é mesmo um momento mágico e duradouro como sempre ensinaram? Melhor não contar com isso:Aprende a apreciá-la em doses mínimas e nas alegrias de pequeno porte."


Dia Primeiro de Abril de Dois Mil e Vinte. Como é diferente escrever a data assim, mas foi um dia muito importante nos meus 70 e uns anos. Festejei o aniversário de meus netinhos mais novos, Malu e Martin, 3 aninhos, por vídeo. Já estou acostumada a festejar meus netos de longe, tenho dois que moram do outro lado do mundo, mas desta vez foi estranho. Moro apenas a uma quadra de distância da casa deles. Foi uma angústia saber que eu poderia estar junto. Por quê? Por que não? 
Porque não e pronto - diriam meus pais. Simples, assim.
Existe uma lógica inteligente neste momento: isolamento social pois existe uma pandemia. Isolamento físico, pois sou do grupo de risco. Posso levar ou trazer um vírus ainda não exterminável.
Cada passo é como se estivéssemos pisando num terreno minado. Assim como nos filmes.Ninguém sabe onde está a mina.Em qualquer lugar do Planeta. 

Cantamos parabéns, nossa Pequena Amada Grande Família pelo celular. Separados, mas juntos.Por alguns minutos, só o que queríamos era ver os aniversariantes encantados com as velinhas, os pais festejando, 3 anos que vivemos crescendo juntos.
Mais um momento de felicidade. 
Tem que registrar. Tem que saber aproveitar. É o que mais importa. 


"Na verdade, o que existe é uma felicidade distribuída em contagotas."

Melhor ser minimamente feliz por várias vezes do que viver 
em compasso de espera.