Aqui estou. Entre trancos e barrancos, entre festas e doenças, entre gorduras e joelhos, entre bellas e feras, aqui estou.
Sobrevivente?Talvez. Continuo nadando, um dia de cada vez, uma vontade, uma obrigação, uma preguiça, pode ser depressão, pode ser bipolaridade, pode ser frescura da idade.
O importante é botar uma máscara bem queridinha, inventar um novo sorriso e sair por aí.
Mas tem que fazer uma maquiagem na alma. Ninar e fazer adormecer as ânsias e as obrigações de parecer feliz. É um desafio acordar e ter que levantar, comer e ter que se arrumar, sair e dizer pra todo mundo Bom Dia, Tudo Bem? O carnaval está aqui, vamos pular muito hoje. Ou Adoro ver pela TV o Carnaval do Rio, como a Viradouro foi um show de literatura e a Grande Rio veio com o mundo virtual. Pois eu estou sempre atualizada, sei falar sobre tudo e meu discurso tem a adequação a qualquer cultura e idade. Seria hipócrita se não fosse muito bem embasado.
Ainda tem a coisa de O que os outros vão pensar do que escrevo. Chega a censura familiar, política, social. Como pode uma mulher idosa - velha - fortinha - gorda - vó - mãe - amiga - parente dizer coisas dessas?Eu nunca me importei?!? mais essa, agora.
Esconder-se atrás da discriminação natural sem conseguir verbalizar seus pensamentos mais importantes porque o mundo poderá não entendê-los. Cavar um poço para suas verdades e explorar seus desejos escondida no planeta das ideias. A cada dia, com o tempo, vem o receio da incompreensão. CENSURA. Eu me censuro o tempo todo.
Acho que chega.
Chega de viver a vida dos outros. Eu quero a minha de volta. Ter o direito de dizer não, sim, talvez.
Viver meus anos 70.
O passado acabou, o futuro não existe, estou viva.
Mas
printerest |
Alimentar minha alma é um objetivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário