Quase morri de vergonha.Fui ao teatro FRINGE.
Explico:
Na Páscoa, ganhei uma entrada de teatro pra ir com a família do Guri de Curitiba. Neto curitibano. Festival de Teatro de Curitiba. Fringe. Miniauditório do Guaíra.21 horas. Na Amintas de Barros.
(Já fui ao FRINGE num festival de Adelaide, na Austrália. Uma cidade do tamanho de Curitiba.Casas cheias, salões até inventados, fui num fundo de bar transformado, o público lá, aplaudindo, a gente respirando arte, o pessoal queria é curtir teatro. Toda a cidade era teatro.)
Ganhei uma revista do Grande Festival de Teatro de Curitiba. Parecia que toda Curitiba fazia o maior teatro do país. Parecia.
Ouvindo Estrelas. A Peça. Até comentei, antes da peça, com a turma: será coisa do PT? Estrelas...fico imaginando...Ora, direis, ouvir estrelas...
Muito interessante a peça, dois atores que nunca nos cansaram em quase hora e meia de espetáculo.Para criança e mais ainda para adultos. Brincadeiras, crendices,canções,superstições, ditados populares, lendas, o imaginário de um povo numa noite de São João. Com o São João e a menina Estela.Envolvente, foi o que se diz: um ESPETÁCULO!Uma delicadeza, com ironia fina, humor puro, interação total com o público.
Nem 20 pessoas. O público.
Qualidade não é quantidade.Mas...Sabemos que só qualidade não enche barriga. Nós estávamos ali. Mas quem vem de São Paulo movimenta o grupo todo de teatro,esperando uma temporada com gente, muita gente,como diz nos folders, nas reportagens, na revista... sem falar nos que vêm de outras cidades.
E aí ficamos sabendo da vida real.
Os atores e equipes do FRINGE foram esquecidos pelos organizadores. Colocados à margem, literalmente. Periferia discriminada. Nada de divulgação, ficaram espalhados pela cidade, à própria sorte.
O nosso João desabafou conosco; vieram participar de um evento que não existiu.Ficaram assim, à própria sorte. Teatros quase vazios.Ou melhor: meia dúzia de gatos, como nós, que buscamos na revista que eu ganhei no shopping. E que tem um monte dessas revistas até hoje, amontoadas por aí, em cada lugar, sobrando, como sobrando ficaram as cadeiras vazias...E nossos artistas, João e Estela, ali, explicando o vazio. Tiveram que sair às ruas para avisar o povo: Ei, estamos aqui, em Curitiba.
Artistas excelentes. João, discriminado, diz que sentiu na pele negra.
Pra completar, assaltados perto do Paiol. Essa é a VIDA REAL. Nós, desfrutando a fantasia. Eles, sacrificados em nome de uma paixão: TEATRO.
OUVINDO ESTRELAS...
Só quem ama consegue. Ouvir estrelas.
FRINGE é periferia. Aqui, foi. Literalmente. Discriminadamente. Não tinha atores de fama da TV. Assim é a divulgação. Parece que é um festival. Parece.
PASSAPASSARÁ PELO ÚLTIMO FICARÁ,
A PORTEIRA SÓ ESTÁ ABERTA
PARA QUEM PUDER PAGAR...
OUVINDO ESTRELAS
Descrição
O maior sonho do menino João era brincar na sua festa, mas sente muito sono e sempre perde a hora. Um dia ele encontra Estela, uma menina que mora na rua e que mostra para ele as brincadeiras de roda, as cantigas, as lendas, tudo num clima de aventura, imaginação e poesia.
Local: Mini-Guaíra – Aud. Glauco Flores de Sá Britto
Ator: Kelly Lima, Marcelo Sales.
Direção: Francisco Alves.
Fotógrafo: Carla Lima.
Companhia: PH CIA DE TEATRO E CIRCO
Gênero: Infantil
Direção: Francisco Alves.
Fotógrafo: Carla Lima.
Companhia: PH CIA DE TEATRO E CIRCO
Gênero: Infantil
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